sábado, 29 de agosto de 2015

TODOS OS ÍTENS DE SÉRIE

Quando uma montadora  lança um novo modelo que contém os novos avanços da tecnologia em automóveis faz questão de anunciar aos seus futuros consumidores que “todos os ítens são de série”. Fazem questão de informar para que os compradores saibam que estarão levando um bem “completo”. Nada do que foi anunciado poderá faltar. Com defeito então, nem pensar! Já para modelos mais populares sabe-se que a cada ítem adicionado o valor será aumentado.                                                               
O primeiro exemplar humano também saiu da "fábrica" com todos os ítens de série. Infelizmente, porém, o pecado achou conduto no coração humano e, pouco a pouco, começaram a faltar alguns “ítens”. Cegos de nascença? Adão jamais imaginaria algo tão aterrador. Surdos? Mudos?  Não foi este o propósito de Deus. “Mestre, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse cego?” (João9:2). Até hoje essa é a pergunta que não quer calar no seio da humanidade. O preconceito gerado para os que nascem com alguma forma de limitação ainda permeia o mundo.Todavia, se nos depararmos com esses casos com os que estão em nosso círculo familiar, devemos nos consolar pela Santa Palavra que nos afirma que “um dia, este corpo corruptível se revestirá da incorruptibilidade e, de mortal, se revistirá da imortalidade” (I Coríntios 15:53-54).           

Certo dia, minha mãe veio à capital para consultas médicas e deixou recado com meus filhos que assim que eu chegasse fosse procurá-la pois ela precisava conversar comigo antes de dormir. Na época ela se hospedava na casa de minha tia na mesma rua em que eu moro atualmente. Assim que cheguei do trabalho à noite fui direto para lá. Com pesar ela me comunicou: “Filha, eu estava esperando fazer mais alguns exames para ter certeza e poder lhe falar, sua mãe está diabética”. Nem quando ela recebeu a notícia de que perdera a visão do olho esquerdo por um glaucoma eu a tinha visto tanta amargura. Atualmente, aos 80 anos e ainda lutando para preservar o olho que restou, ela não se esquiva de trabalhar para o Senhor. Quando pedimos para ela diminuir o ritmo ela responde: “Não posso, vocês sabem que eu sou de Jesus”. Para ela, a falta de algum ítem de série não quer dizer nada. Sabemos que também existem muitos trabalhando para o Senhor e virando suas páginas mesmo faltando algum ou até vários ítens de série por esse mundo. Deus seja louvado por isso. 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

A MATEMÁTICA DO ÓDIO


   A autora Asne Seierstad, em seu livro, O livreiro de Cabul, na página, 74, dá um vislumbre do ensino nas escolas do Afeganistão durante a guerra pós-Talibã: “Na primeira série as crianças aprendiam o alfabeto assim: I de Israel – nosso inimigo; K de kalashnikov – nós venceremos; M de Mujahedin  – nossos heróis; T de Talibã, e assim por diante (grifo meu).

Em seguida ela conta que a guerra estava presente até nos livros de matemática. E é aí que o relato fica matematicamente horripilante, pois ela assegura que o Talibã só fazia livros para meninos, cujos exercícios, não eram ilustrados com maçãs e bolos, mas com kalashnikovs. Então o exercício ficava assim:

“O pequeno Omar tem uma Kalashnikov com três pentes. Em cada pente há vinte balas. Ele usa dois terços das balas e mata sessenta infiéis. Quantos infiéis ele mata por bala?”.

Você está rindo? Eu não. E Sabe por que eu não estou rindo? Porque me lembrei de que a matemática do ódio pode estar também invadindo sorrateiramente o nosso cérebro quando julgamos mal ao nosso próximo e a nossa matemática do ódio poderia ficar assim:

Cada boca tem uma língua, minha igreja tem sessenta membros, cada membro representa uma vida, cada vida tem vários universos a ser tratado: Familiar, religioso, escolar, corporativo, esportiva, etc, etc, etc.

Bem, já que etcetera significa “e assim por diante, e os demais, e o restante” e, que na vida que se leva hoje quase todo mundo sempre tem algo mais a dizer sobre a vida do próximo, a pergunta é:  Quantos “etceteras” cabem  na boca de cada um de nós? Não seria essa, também, uma matemática do ódio igualzinha a de lá de cima. Quantas vidas não foram destruídas e quantas páginas já não foram sofridamente viradas por conta desta matemática maligna? Eu sei porque digo isto. Eu sei o quanto tenho lutado em todos esses anos ao lado de Cristo contra essa tendência nefasta da humanidade. Pensemos nisto!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

SUA CASA VAI CAIR?


           

Meus amigos e familiares queixam-se de que eu não respondo Whatsapp. Respondo sim. Só não me sobra é tempo para acompanhar e responder cada postagem de cada grupo. Que são muitos e sempre cheios de mensagens. Mas eis que um determinado dia eu resolvi parar ver às quantas andavam os meus queridos que haviam sumido do mundo dos contatos na modalidade carne e osso. Tentei então revê-los no mundo virtual. Na primeira postagem apareceu uma linda jovem dando-me conselhos para ter mais beleza. No vídeo ela aconselha-nos a sorrir porque ajudam a disfarçar as rugas. Depois ela mandou-me correr atrás de meus sonhos e saber o que eu quero da vida. O próximo passo foi aconselhar-me a cuidar do corpo da alma e do espírito. Antes de me pedir para acreditar em Deus ela me disse que eu agradecesse a Ele pelas minhas rugas porque muitas mulheres bonitas não as tiveram por terem morrido jovens. Ela lembrou-me que minha casa passageira, essa que envergo por quase sessenta anos, mais cedo ou mais tarde, vai cair.                                                                                                 

Não sei se sua mensagem teve um efeito contrário, já que eu havia separado aqueles minutos para me regozijar com algo que me levasse ao cotidiano dos meus queridos, mas o certo que parei para pensar, nela, a minha tão mal desfrutada “casa”. As correrias do dia a dia tem me afastado de pensá-la. Talvez por medo, não sei. Só sei que outro dia fui fazer umas fotos  3x4 e não gostei do resultado. Levei-a a outro profissional e ele me disse que honestamente a foto estava boa. Desapontada pedi-lhe que repetisse o trabalho com a árdua façanha de melhorá-la. Após tentativa de sucesso ele trouxe-me o resultado que não pareceu muito distante do primeiro trabalho. Então eu cheguei a mais triste realidade que assola a vida das mulheres. Minha “casa” estava caindo. Via-se nas bochechas pendentes e no olhar cansado, torneado por olheiras, que o tempo finalmente me fizera duras cobranças. E pensar que o pior ainda está por vir. Caso tenha o privilégio de viver mais alguns anos.                                                                       

Bem, que vai cair vai. Quanto a rir, vai chegar a hora que não vai ter sorriso que esconda ou disfarce. Mas de uma coisa podemos ter certeza e isso vai nos alegrar e nos dar força para continuar. Com as tristezas também virão muitas alegrias que poucos na vida teriam. E seguirei virando minhas páginas naquela esperança bíblica do dia em que meu corpo corruptível e mortal se revestirá de incorruptibilidade e imortalidade como nos diz Paulo em I Coríntio 15:54. Que venha este dia!

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

HOJE EU VOU TIRAR VOCÊ DO SÉRIO!                  

Era uma manhã de domingo e algumas famílias tomavam seu café da manhã em uma padaria cujo espaço, destinado para essa refeição, estava repleto. Um homem que aparentava seus quase quarenta anos já havia terminado sua refeição matinal e ocupava um lugar que algumas pessoas, educadamente, aguardavam que fosse liberado. Mas o cliente, que a essa altura já deveria estar desempenhando seu papel de ex-cliente, não arredava o pé. Do alto de sua falta de compreensão, coisa que não se vende na esquina, ele olhava a todos com visível arrogância. Quem sabe na esperança de que alguém lhe dirigisse alguma palavra indesejada e então obtivesse a razão que tanto esperava para despejar seu verbo a quem ousasse interrogar-lhe sobre a disponibilidade daquele lugar. Conta já paga, e ele lá, impávido colosso do alto de sua montanha de músculos. Era a arrogância em carne e osso. Achou pouco e ainda estirou suas longas pernas no entorno da passagem. Alguns desistiram. O segurança do local nada pode fazer em relação àquele cliente que bem poderíamos classificar de “abusado”. Eu e meu esposo esperamos por outro lugar. Conseguimos a mesa que só tinha uma cadeira. A outra cadeira bem que poderia ser a dele. Olhamos para ele com olhar de pedinte. Ele nada! Nem se mexia.
            Infelizmente não é difícil encontrar alguém assim. Mal o dia amanhece e ele sai para dar vida ao seu lema de vida que é: Hoje eu vou tirar alguém do sério! Ou melhor: Hoje eu vou tirar você do sério! Ele não lhe convida você a se jogar do alto de uma montanha ou lhe desafia a transformar pedras em pães, mas, o que ele faz também não está muito longe disso. E se você for daqueles que acha que não se deve levar desaforo para casa saiba que foi com você mesmo que ele marcou um encontro. Ele está doido para bater-se de frente com você e, em qualquer esquina, basta um olhar diferente para ele achar que achou o “seu”. Sua especialidade é não deixar que hoje você vire a página de seu dia sem o desconforto de sua passagem pela sua vida. Só muita oração para evitar esse encontro desagradável!                                                                                             
            Voltando ao acontecimento, finalmente com meu esposo em pé, e eu sentada, fizemos desconfortavelmente nossa refeição e fomos embora. Não sei como findou aquela situação em relação aos outros clientes. Só sei que agradeci a Deus pela transformação que Ele operou na personalidade de meu marido, senão, naquele dia, diferente de outrora, jamais aquele homem teria ficado ali tanto tempo sem ser “questionado”. Também pelo fato de que, assim como naquela situação aparentemente simples, o Senhor também tem livrado seus filhos de outras pessoas mal intencionadas para que elas não consigam tirá-los do sério em momentos como estes.


domingo, 23 de agosto de 2015

TEM QUE ACREDITAR



 Se você tem um sonho e pensa em desistir conheça esta história: * “Luciano dos Santos nasceu de uma família humilde no interior da Bahia. Sua família mudou-se para  São Paulo quando completou quatro anos. Cedo começou a trabalhar.  Pouco depois dos vinte anos foi trabalhar em uma empresa de engenharia. Quando a empresa o enviou para Balneário Camboriu (SC) ele afirma ter tido uma visão orientando-o para que fosse morar perto da praia. Fixou-se no pensamento de ir para o Nordeste. Seu patrão tentou desviá-lo de sua intenção mostrando-lhe que tinha futuro na empresa. Ele não o ouviu. Juntou todas as suas economias e com duas amigas mudou-se para Fortaleza na intenção de montar uma sorveteria self-service. Uma das amigas conseguiu uma casa mas ela estava muito acabada. Não calculou os gastos com a restauração do imóvel e o que sobrou não deu para montar o negócio. Voltou para o antigo emprego em São Paulo. Juntou dinheiro novamente e, com outra ideia na cabeça, resolveu tentar a vida em Salvador. Antes passou em Fortaleza para aprender a fazer suco de guaraná. Em Salvador foi morar em uma casa emprestada de um amigo. Quando saiu para procurar um ponto para montar sua primeira barraca teve uma surpresa desagradável: Na Barroquinha encontrou alguém que tivera a mesma ideia que ele. Propôs uma parceria com o casal, donos da barraca. Começou a perseguição. Lá foi acusado de tumultuar a área com o crescimento da clientela. Foi para a Lapa. Os comerciantes locais queixaram-se do mesmo problema. Então foi dividir uma barraca no Comércio. Cada um vendia seus produtos. Não deu certo e o ex-sócio não teve como pagar sua parte. A barraca foi derrubada pela prefeitura. O jeito foi vender assinaturas de revistas. Como sobrara muito material do estoque, refez algumas receitas e resolveu fazer sachês que começou vendendo aos colegas de trabalho. Depois para as lanchonetes mais próximas. Só que de ônibus ele não conseguia atender todos os pedidos e perdia muitos clientes. Então fez acordo com um taxista e passou a atendê-los. Porém as vendas estabilizaram porque ele não conseguia competir com as grandes marcas. Mais dificuldades? Mais ideias! Ele acrescentou outros ingredientes que tornou o produto mais energético e próprio para a prática de atividades físicas. Criou uma nova marca com sabores diferentes. Conseguiu apoio de entidades ligadas ao setor de logística empresarial e montou uma fábrica produzindo até 80 mil unidades por mês. Ele estabeleceu representantes em sete estados e tem consumidores na Austrália e EUA.

A história deste rapaz nos faz lembrar as muitas lutas que muitos dos nossos irmãos empreendedores passam. E então confirmo que no fundo do poço do verdadeiro cristão tem uma mola. Toda vez que ele chega lá é içado de volta para um lugar cada vez melhor. “Os que confiam no Senhor subirão com asas como águias” diz lá   40:31. E seguirão virando suas páginas.
                                                                                      



sábado, 22 de agosto de 2015

EM BOA COMPANHIA


Conta-se que o diretor de uma empresa estava hospitalizado e, ao agradecer a gentileza da visita de um de seus empregados, este lhe respondeu que, na verdade, todos haviam se reunido para fazer uma votação para saber quem iria. Ele “perdera”.

Brincadeira ou não, isto remonta à reportagem do jornal “A Tarde” em uma matéria de 2010. Poucos meses após o terremoto que devastou o Haiti, o então presidente, Luis Inácio Lula da Silva, resolveu formar uma equipe para a realização de uma visita com o objetivo de levar solidariedade àquele povo sofrido. O jornal chamou a atenção para um fato que nunca ocorrera até então. Enquanto nas outras visitas oficiais o maior problema do Itamarati era a acomodação do pessoal, que sempre ultrapassava o número pretendido para a comitiva, dessa vez, o problema era justamente o contrário. Quase ninguém mostrava disposição para o empreendimento. Ele e o ministro da defesa tiveram grandes dificuldades para compor a equipe...
           
O Senhor teve que prover companhia para Moisés a fim de convencê-lo a aceitar a incumbência de guiar o povo de Israel. Depois de várias alegações para desfazer-se da santa empreitada ele finalmente aceitou ir, mas, o Senhor precisou designar Arão para acompanhá-lo. Todavia, este não veio a se revelar, em vários momentos, no companheiro perfeito (Êxodo 4:13-16). Ainda bem que ao longo dos anos de sua caminhada outros se revelaram como dignos deste título. Referimo-nos aqui a Josué e Calebe (Números 14:5-9). Paulo, apesar de ter sofrido o aborrecimento de ver que João, chamado Marcos, por algum motivo ao chegar à Panfília não quis mais acompanhá-lo, continuou contando com a companhia de Barnabé em muitas viagens missionárias. Até quando se desentenderam pelo desejo deste último de receber João de volta.  Daí ele prosseguiu tendo Silas como coadjuvante para uma jornada que exigia além de fé, o elemento coragem, como propulsores para o sucesso do evento (Atos 13: 13 e 15: 36-40).

Nada como nos sentirmos cercados de boas companhias. Recebemos a ordem de irmos de dois em dois para a seara formando boas duplas missionárias. No entanto, para que esta dupla colha bons frutos, temos que orar ao Dono da seara que nos enviem bons parceiros para nos ajudar. Também temos que orar por tolerância, respeito e amor. Sem esses ingredientes, os interessados logo notarão os acordes dissonantes da parceria e até duvidarão da mensagem apresentada.



sexta-feira, 21 de agosto de 2015

CIDADÃO SEM DOLO

Saí da oficina e fui direto para um posto de gasolina. Depois de abastecer, o frentista perguntou-me se eu queria verificar o óleo. Respondi-lhe que não havia necessidade, pois acabara de sair de uma revisão. Ele insistiu argumentando que era sempre bom olhar mais uma vez. Consenti e qual não foi minha surpresa quando ele me indicou uma peça fundamental do automóvel que estava faltando um parafuso. Aconselhou-me a voltar imediatamente ao estabelecimento que me atendera para solicitar a imediata reposição do artefato. Voltei. Lá o mecânico insistiu que aquilo era uma bobagem e que não tinha tanta importância assim. Alegou, inclusive, que aquele parafuso estava ali mais “para enfeitar”. Inadvertidamente acreditei para alguns dias depois vê-la danificada por excesso de trepidação.  Com muita dificuldade e, ameaças de outro profissional que me acompanhou para negociar o reparo, finalmente o serviço foi revisado.

Qual o retorno em longo prazo? Qual é o lucro daqueles que agem dolosamente contra alguém? Ganhando aqui. Perdendo ali. E assim vão levando a vida como o que está previsto em II Timóteo 3:13: “Mas os homens maus e enganadores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados.”  Que retorno tiveram os irmãos de José. Pensaram que enganando Jacó se livrariam de um irmão que lhes despertava ciúmes e invejas. Que não teriam mais que disputar os melhores presentes de seu pai. Que tomariam seu lugar de filhinho querido e mimado: “Israel amava mais a José do que a todos os seus outros filhos, porque era filho da sua velhice [...] (Gênesis 37:3). Que final o Senhor preparou para eles. Com Deus não se brinca. Ele possui a “pena de um destro escritor”. Ele, como ninguém, sabe preparar finais surpreendentes para aqueles que se colocam de braços dados com a insensatez e a maldade.         Mas, graças ao nosso bom Deus, também ainda existe pessoas das quais se pode dizer a mesma coisa que Jesus disse sobre Natanael: “Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo.  João: 1:47.

Hoje, o Senhor também tem os seus. Homens que, como Natanael,  tem virado suas páginas sem dar motivos ao Senhor de ter se arrependido de ter colocado a humanidade na terra  como aconteceu em Gênesis 6:6.



terça-feira, 18 de agosto de 2015

COCADA COM DOCE DE ABÓBORA


Estávamos além do horário marcado para o check-in e pensamos que não chegaríamos a tempo para o almoço. Então tratei de me prevenir  em casa para enfrentar a estrada. Vou falar a verdade, comi mais do que o suficiente. Raciocinei que se não achasse mais nada por lá daria para aguentar até à noite quando sairia o jantar. Quando cheguei ao hotel descobri que a coisa  lá era de outro nível, como diz minha amiga do Maranhão. Comida era o que não faltava. Além de ainda haver tempo de sobra para desfrutar do almoço que ia até às quinze trinta da tarde, não faltavam petiscos que ficavam à vontade em torno do saguão. Tudo diferente dos hotéis que eu estava acostumada a frequentar. Então, aconteceu o desagradável, não havia mais espaço para nada que não fosse experimentar uma sobremesa simples que eu, embora soubesses que deveria dispensá-la, confesso que como boa baiana não resisti: cocada branca (doce de coco para alguns e cocada de colher para outros) com doce de abóbora. Achei pouco e ainda tomei suco. A mistura cobrou seu efeito quando, já no quarto, resolvi mergulhar em uma banheira com água morna. O torpor do relaxamento com o efeito bombástico da mistura gastronômica trouxe-me uma sonolência ameaçadora. Tentava manter-me acordada e nada. De repente lembrei-me de Cristina Onassis e Whitney Houston, sem falar de várias outras celebridades, que já se foram mergulhadas em banheiras. Sejam quais foram as circunstâncias que as levaram a adormecerem em uma banheira, o que eu fiz em minha alimentação naquele dia não ficavam muito atrás em termos de abuso na mistura de alimentos. Assim, em uma das minhas “cambaleadas” de pescoço desisti correndo daquela modalidade de banho.                                                                               

Diante disso fiquei pensando:  Pode não ser comida e, obviamente, pode não ser cocada com doce de abóbora, mas é certo que corremos o risco de deixar que algo em nossa vida entorpeça nosso corpo e  consciência a tal ponto que não percebamos de que estamos caminhando cambaleantes rumo a um sono fatal. Que fiquemos  entorpecidos e mergulhados em algo que pode nos conduzir para a perda da nossa salvação. Quando isto acontecer, que Deus nos ajude a sair o mais depressa possível da “banheira”. E nem tentemos enganar Ao Senhor colocando a culpa na “cocada com doce de abóbora”. Eles não tem nada a ver com isso...



segunda-feira, 17 de agosto de 2015

COMO CHAMADOS ASSIM, DO NADA?



Em 2004 meu filho do meio prestou vestibular na Universidade Federal da Bahia  para concorrer a uma das quarenta vagas do curso de Licenciatura em Química. Orei muito para que ele fosse vitorioso na empreitada. Saiu a primeira lista de classificados, mas seu nome não estava lá. Saiu a segunda e, nessa também, seu nome não estava. Nem na lista que convocava candidatos para cursarem o segundo semestre que começaria em agosto daquele ano ele não conseguiu vaga. No início de setembro, já conformado, matriculou-se em um pré-vestibular intensivo para voltar a trilhar o mesmo caminho de candidato. Matriculou-se numa sexta-feira pela manhã. No início da tarde, uma amiga liga para ele afirmando que enquanto navegava pela internet havia encontrado seu nome em uma lista já de quarta convocação. Iria assumir a vaga de algum desistente. A matrícula deveria ser imediata e as aulas começariam na segunda feira. Ouvimos a pergunta: “Mas ele foi chamado assim, do nada!?” Claro que não foi do nada. Sabemos que as universidades vão refazendo listas de chamadas à medida que os primeiros convocados por razões variadas vão desistindo de suas vagas.
         
 Matias também foi chamado para substituir um desistente, Judas Iscariotes (Atos 1:26), e, daquele dia até hoje, muitos tem sido chamados para ocupar seus lugares, por vezes também de alguns desistentes, na obra do Senhor. O que importa é sabermos que não fomos chamados do “nada” e, o mais importante ainda, é que atendemos a esse chamado. Que houve um processo Divino desencadeado para que houvesse essa Santa Convocação. É certo que muitos se sentem ansiosos quando vão suceder alguém de trajetória positivamente marcante. Isto porque, apesar daquela máxima de que ninguém é insubstituível, mesmo sendo verdadeira, também remete para a realidade de que, se de fato,  todo mundo pode ter um substituto, há de se concordar que determinadas pessoas são difíceis de serem substituídas...
           

 Meu filho não foi chamado do nada. Saulo não foi chamado do nada. Nenhum de nós foi chamado do nada.  E assim como sabemos que não fomos chamados do “nada”, devemos ter certeza  de que também não fomos chamados para “nada”. Deus espera que seus amados ajude aos seus semelhantes a virar  as páginas difíceis dessa vida.

domingo, 16 de agosto de 2015

ONDE ESTARÁ O VERDADEIRO AMIGO?




Após o “Sete de Setembro” a popularidade de D. Pedro I decrescia dia após dia. O absolutismo adotado como forma de governar, admitindo e demitindo seus ministérios ao seu bel prazer; a condenação à morte de um líder popular pernambucano (Frei Caneca); sua vida amorosa escandalosa (Marquesa de Santos e outras) e vários comportamentos políticos, contrários ao gosto da população, fizeram dele uma persona non grata ante a população brasileira. Tudo isso contribuiu para obrigá-lo a abdicar do trono em 7 de abril de 1831.  Nesta difícil hora ele entregou seu filho, ainda criança, aos cuidados de uma das personalidades mais influentes do poder e que tanto lhe ajudara nas horas mais difíceis, José Bonifácio de Andrada e Silva, conhecido como o   “Patriarca da Independência”.  Nada demais, se esse grande personagem de nossa história que tanto contribuiu para aquele grande acontecimento não se encontrasse, naquele momento, no rol dos inimigos de D. Pedro I. As divergências políticas entre eles cresceram de tal maneira que culminou no estremecimento da amizade que tanto os unira no passado. Mas, na hora mais difícil de sua vida, foi a este “inimigo” que o monarca confiou seu herdeiro e sucessor. A José Bonifácio de Andrada e Silva foi confiado a vida daquele que seria o segundo e último imperador do Brasil.

Às vezes não entendemos o valor e o lugar que determinadas pessoas ocupam em nossas vidas. Sabemos que elas estão nela. Muitas vezes até sem a querermos, mas estão lá. Ou no presente, ou no passado. Para o que? Só Deus sabe. Nas situações limites é que saberemos ao certo o que cada uma delas representa para cada um de nós. O tempo será o Seu instrumento para nos mostrar o porquê ou para quê. E como só Deus é quem sabe, cabe-nos orar e pedir-Lhe discernimento para entendermos certos comportamentos e, principalmente, nos ajudar a não confiarmos nas pessoas erradas. Para que saibamos escolher as pessoas certas durante a nossa caminhada evitando, com isso, desfechos desastrosos que possam interferir em nossa caminhada rumo ao céu.

Enquanto não descobrimos as verdades que estão escondidas no coração dos que nos rodeiam, vamos virando nossas páginas conforme a sabedoria ditada por Salomão: “Em todo o tempo ama o amigo e na angústia se faz o irmão.” Provérbios 1

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

MINERADORES  DA  ALMA


A psiquiatra Ana Beatriz Barbosa chama-as de “vampiros” da alma. Eu prefiro chamá-las de “mineradores” da alma. Porque seu jogo de sedução consiste em cavar tudo o que você tem de mais precioso em sua vida até retirarem todo o minério do seu ser. Quem? Aquelas pessoas de personalidades amorais que bem podem ser um dos seus vizinhos cordiais ali do lado. Ela afirma que seus talentos teatrais e seu poder de convencimento são impressionantes, mesmo porque, estão a serviço do “Mal” e, como seus súditos, elas enganam e representam muitíssimo bem. Afirma também que a mentira é o mote de suas ações e que nem sempre matam. Diz ainda que elas podem arruinar empresas, famílias e, por serem charmosas eloquentes e envolventes, costumam passar a vida inteira em sua vida sem serem descobertas ou diagnosticadas. Insensíveis e manipuladoras, reconhecê-las, não é tarefa tão fácil como se pensa. Elas são as famosas pessoas de “mentes perigosas”.

Pessoas ingênuas são o seu prato predileto. A psiquiatra prossegue advertindo que pessoas de mentes perigosas costumam agir com tanta naturalidade, e tato, que sua forma cativante e segura é capaz de enganar até o mais experiente profissional da área de comportamento humano. Quanto mais a nós leigos. Com quem será mesmo que elas se parecem? Se você não cai em seu jogo elas manipulam fatos e pessoas de tal maneira que amizades conquistadas ao longo de uma vida podem ser destruídas de uma noite para o dia. Principalmente se você for do tipo que confia seus segredos a todo aquele que se disfarça de amigo.

Mesmo no seio da congregação devemos ter muito cuidado. Atente mais uma vez para o clamor do Senhor: “Não entreis em julgo desigual com os incrédulos”. Isto vale também para as amizades. Se não estivermos atentos aos seus movimentos teremos alguns percalços que poderiam ser evitados em nossas viradas de páginas!








quinta-feira, 13 de agosto de 2015

ENGANADORES E ENGANADOS


Redescobrindo o Brasil é um livro interessante. A autora, Rebeca Kristch, passou dezoito meses na estrada colhendo histórias pitorescas de alguns habitantes desse nosso vasto país. Dentre as suas sessenta e quatro histórias, uma das que achei mais instigante foi a de Antonio Hermínio da Silva, morador de Oeiras, no Piauí. Ele tinha mania de amontoar objetos de importância duvidosa. Comprava tudo o que via. Segundo Hermínio, suas aquisições eram um investimento, pois poderiam ser revendidas em uma hora de necessidade. Afirmava que era um dinheiro que estava “seguro”.  Gerentes de bancos tinham outras sugestões para ele investir os cerca de cinco mil reais que recebia de aposentadoria (1999), numa cidade de trinta e um mil habitantes onde não havia muito em que gastar. Mas ele não queria nem ouvir falar. Os comerciantes da cidade empurravam-lhe mercadorias encalhadas ou pedidos que vinham errados, mas, foi gente de fora que vendeu o produto mais inusitado que o veterano tinha em casa. Sim, ele havia combatido na Itália durante Segunda Guerra Mundial como expedicionário. Pelo telefone, por meio de um desconhecido, Hermínio encomendou uma máquina de descobrir tesouro enterrado. Pagou três mil reais pela engenhoca. Ele nunca testou o aparelho, mas garante que  não foi enganado.
           
Desde o princípio da história humana, de acordo com a Bíblia, o homem tem tentado, sem êxito, enganar a Deus e, com êxito, aos que estão à sua volta. Adão após ser inquirido por Deus onde estava depois do desastroso diálogo com o Maligno respondeu: “Ouvi tua voz soar no jardim, e temi,  porque estava nu, e escondi-me”. Gênesis 3:10. Foi só por isso? “Labão passou a vida exercitando a mentira: no casamento das filhas; Raquel e Lia (Gênesis 29:25);  na disputa do rebanho, ocasião em que o Senhor, interveio de forma maravilhosa para preservar os bens de Jacó e, este, por sua vez, até o nome significava engano. (Gênesis 32:28).
           
Aqueles que estão firmados na Rocha não utilizam nenhum artifício para alcançar seus objetivos e virar suas páginas. Confiam e aguardam, pois sabem que, do alto, no momento certo, na hora exata, receberão a ajuda de que necessitam. Nem são, nem jamais serão como Hermínio, alvo de espertos e motivo de troça no meio de aproveitadores. Tem a mente firmada e centrada em Cristo, a Rocha Eterna. Não enganam e, se por acaso sentem-se, de alguma forma enganados, não retribuem na mesma moeda. Estamos no mundo, mas não somos do mundo.



terça-feira, 11 de agosto de 2015

NO EMBARQUE PARA O CÉU

  A empolgação era enorme. Os preparativos para a viagem a Buenos Aires foram observados em todos os detalhes com meses de antecedência. Acerto de férias; documentos novos; câmbio. Tudo parecia estar em ordem. Só parecia. Na hora do embarque, durante o check-in, fomos barrados. O Registro Geral (RG) de minha nora estava com a foto manchada. Dias antes, ao colocar roupas na máquina de lavar uma das peças fora com o documento no bolso. Como o plástico não descolou ela pensou que não haveria problema. A companhia aérea foi taxativa: “Se eu liberar vocês aqui, lá, em São Paulo, na hora de fazer a conexão internacional, a Polícia Federal não vai deixar passar”. E mesmo que eles liberem vocês não vão conseguir entrar na Argentina. Eles obrigarão vocês a voltar do aeroporto e nós ainda teremos que pagar multa. Ofereceram duas alternativas: A primeira seria viajarmos eu e meu filho e ela ir depois. Claro que rejeitamos imediatamente. A segunda, também difícil, foi a que escolhemos. Remarcamos as passagens das 06hrs55min para as 14hrs50min e sairmos à luta para conseguir um novo RG a tempo para o outro embarque. Daí em diante foi uma corrida contra o relógio. De todos os postos de atendimento que emitiam o documento exigido, nenhum entregava no mesmo dia. O prazo mínimo era de cinco dias para entrega. Só um Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) móvel ainda emitia o modelo antigo, não digital e, o mais próximo, estava em uma cidade a duas horas e meia de Salvador. Estávamos de carro. Continuamos a correr contar o tempo. Com a ajuda de pessoas que o Senhor foi colocando em pontos estratégicos conseguimos o novo documento em tempo suficiente de chegarmos para o novo embarque. O voo atrasara. Ufa!                                                               
No embarque para o céu, com certeza, não haverá atrasos. Nem possibilidades de remarcação de “voo”. No embarque para o céu, amigos não poderão nos ajudar a recuperar o tempo perdido. Também se tivermos alguma mancha nos registros celestiais não vai haver SAC móvel que resolva. Assim como aquela mancha no RG de um dos nossos viajantes quase cancelou nossos planos de viagem para um destino aqui na terra, uma mancha no caráter, para a qual não demos muita importância achando ser um procedimento normal do cotidiano, pode vir à luz e impedir nossos planos de viagem para a Nova Jerusalém. E com isso poderemos correr o risco de não virar a página mais importante de nossa vida. “Ora, além disso requer-se dos despenseiros que cada um se ache fiel.”(II Coríntios 4:2).

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

“BENDITOS DE MEU PAI”


15 de janeiro de 2010, sexta-feira. Voltando de uma visita do projeto “Missão Calebe”, que estava sendo desenvolvido na igreja adventista de Sussuarana II, em Salvador, avistei num ponto de ônibus duas senhoras que acenaram para um taxi, mas o motorista sequer lhes dera atenção. Senti o desespero quando uma delas levou as mãos à cabeça. Num relance, já pelo retrovisor, vi que no chão, ao seu lado, havia uma enorme sacola  transparente com várias vasilhas plásticas empilhadas. Certifiquei-me do horário: 12hrs10min. Logo deduzi: Elas devem estar atrasadas para levar quentinhas. Pensei em retornar, mas recebi uma ligação de meu filho informando-me que o pedreiro precisava de material urgente e que não estava conseguindo entrar em contato com meu esposo. Veio o primeiro retorno. Segui adiante. A “consciência fervia” e eu tentava enganá-la: “Vá que ao chegar lá elas já tenham conseguido um ônibus ou outro meio de transporte?” Nessa luta da carne com o Espírito Santo que já falava ao meu ouvido veio o segundo retorno, e eu não  hesitei mais. Retornei e fiz o que devia ser feito. Ao chegar próximo ao ponto meu coração exultou de alegria. Elas ainda estavam lá. Sim, eram duas irmãs que já estavam atrasadíssimas para levarem o tão esperado almoço de seus “fregueses”. Assim que encostei o carro  e lhes convidei a entrar elas gritaram quase que a uma só voz: “Você vai nos levar?”. Feliz e radiante, respondi-lhes: “Podem entrar”.
Uma congregava na Assembleia de Deus e a outra na Congregação Cristã do Brasil. Naquele momento, naquele carro, havia três mulheres representando três religiões, mas o Deus era um só! Que maravilha! A entrega não era longe. Seria na SAEB, no Centro Administrativo da Bahia. Queriam me pagar. Não consenti. Tudo já estava pago na cruz! Ao me despedir-me delas lembrei-me que coincidentemente, ou não, estávamos estudando naquele trimestre na lição da Escola Sabatina sobre os “Frutos do Espírito” cujo tema, naquela semana, era alegria. Na página trinta e dois podíamos ler: “Por mais clara que seja a Bíblia de que não somos salvos pelas obras, também é claro que as obras são um aspecto inseparável do que significa ter a salvação”. Se é assim, sou grata ao Senhor porque Ele me concedeu, naqueles poucos minutos, a graça de ter vivido o tema da lição daquela semana bem além da teoria. Também porque sabemos que naquele grande dia, nós, que fazemos parte do seu Bendito Povo, não precisaremos perguntar-Lhe se Ele vai ou não nos levar, pois temos a certeza de que antes disso Ele mesmo dirá a cada um de nós: “Vinde Benditos de meu Pai”. E então viraremos de vez essa página.

domingo, 9 de agosto de 2015

APENAS UM ABRAÇO

Meu presente para o Dia dos Pais.

Terminando o julgamento o jovem réu foi considerado culpado.  Saiu daquele tribunal algemado para cumprir o veredito do juiz. De longe era observado por seu pai que visivelmente consternado encheu-se de coragem e, aproximando-se de um dos policiais que lhe fazia a escolta, atualmente Sargento Scher, fez-lhe um enternecido pedido:
- Por favor, o senhor me permite dar um abraço em meu filho antes de levá-lo?
O policial entendeu e consentiu que fosse realizado aquele ato de afeição. Então, aproximando-se do filho, aquele pai, ao tempo em que lhe beijava as faces, enlaçou-o em um forte e afetuoso abraço despedindo-o com esse gesto para o início do cumprimento de sua pena.
Hoje, muitos pais irão para a cama dormir, e Deus queira que consigam, sem rever seus filhos que estão, mundo afora, cumprindo penas autoimpostas. Estão presos pelas cadeias que o pecado lhes impôs. Vícios e decisões mal tomadas têm levado os filhos da desobediência para longe. Para mundos onde seus pais não possam ter acesso a suas almas dissolutas. Esse é o objetivo principal do inimigo. Tirá-los do raio de influência das ações santificadas de seus familiares e amigos cristãos. Mas, de uma coisa temos certeza, nada, e nem ninguém, poderá impedir que as orações daqueles que os amam alcancem o local de suas moradas. Repito: Nada poderá impedir que as piedosas e sinceras orações daqueles que os amam cheguem até eles. Muito menos afastá-los dAquele que sonda os corações e intercede por eles com “gemidos inexprimíveis”. Romanos 8:26-27.

A oração há de guardar e proteger esses filhos onde quer que eles estejam. Não importa para aonde eles se desloquem o amor irá alcançá-los, assim como aquele pai que conseguiu abraçar e beijar seu filho mesmo entre as algemas e o aparato policial. Não existe lugar aonde o amor não vá. Onde quer que estejamos o amor pode nos alcançar. Até porque, força maior e superior é Deus para ajudar nossos filhos a virarem suas páginas!

sábado, 8 de agosto de 2015

VAIS EMBARCAR?


Em Pearl Harbor, base militar norte-americana no Havaí, o amanhecer foi tranquilo no dia 7 de dezembro de 1941, embora o planeta estivesse vivendo a sua segunda guerra mundial. Como o nome do oceano que lhe envolve parecia aquele dia, Pacífico. De repente, um surpreendente ataque aeronaval japonês pôs fim a esta falsa atmosfera de tranquilidade. Dos oito encouraçados que se encontravam no porto, cinco foram afundados e os outros avariados. Juntaram-se a esses destroços mais dois destróieres, nove belonaves e cento e quarenta aviões de bombardeio. Em vidas humanas foram perdidas, durante o ataque, dois mil trezentos e trinta oficiais norte-americanos. Mil cento e quarenta e cinco ficaram feridos. Os Estados Unidos entrou oficialmente na guerra. Todas as embarcações, comerciais e particulares, receberam a seguinte ordem: Toda tripulação estava a serviço do país e podia se considerar como fazendo parte da esquadra americana. Ninguém era obrigado a subir nas embarcações, mas, uma vez que subissem, teriam que assumir o seu posto como se fosse um soldado indo para a batalha.

Encontramos sempre por aí a seguinte frase: “Os fracos desistiram, os covardes nem tentaram, só os fortes venceram.” Seguindo esta linha de pensamento bem que podemos dizer que Jonas, a princípio, foi covarde, nem tentou. Foi, depois, mas obrigado pelas circunstâncias. Também podemos dizer que dos doze espias enviados por Moisés surgiu uma luta de dois contra dez para que a trajetória até a terra de Canaã não estagnasse ali mesmo, em pleno deserto de Parã (Números 13). Na sequência, poderíamos nos lembrar de Gideão. Instigado por Deus, ele selecionou de um exército de trinta e dois mil homens apenas dez mil. Os vinte e dois mil restantes, ao serem sondados sobre seus temores em relação à guerra, trataram logo de se colocar no rol dos e medrosos e tímidos (Juízes 7:3). Assumiram-se fracos e covardes ao mesmo tempo. No final o Senhor provou sua força e seu poder com um “exército” formado por apenas trezentos homens. Daqueles que não desistiram de virar aquela página de dominação pelos midianitas!



sexta-feira, 7 de agosto de 2015

SIGAMOS EM FRENTE!

Chegou o momento em que aqui e ali farei algumas incursões sobre os acontecimentos do meu dia a dia mesclado a fragmentos do passado, mas só aquilo que interessa para levantar o ânimo daqueles que acompanham meu blog. Do que interessa para que, ao ler o que escrevo, alguém possa entender sem perder o fio da meada, é só ler as postagens anteriores desde o começo. E como nosso objetivo é virar páginas espero que os textos que colocarei de hoje em diante, em forma de crônicas, alguns já publicados, sirvam de alento para aqueles que acreditam que nem tudo está resumido à rotina de acordar, viver os dias que se apresentam e depois aguardar a hora de dormir para a espera de mais outros dias, nem sempre bons... nem sempre iguais... Não fomos criados para vivermos como bombas relógios ambulantes apenas aguardando a hora de implodir, para depois preencher as colunas dos obituários.  Sigamos em frente! Vamos virar mais páginas.

Para hoje escolhi um texto que tem como título ‘Os sabe-tudo” no qual eu falo sobre um  relato importante sobre o jogador de futebol, Sócrates (1954-2011), que teve uma história curiosa relembrada por sua esposa em um livro onde ela traz a público casos pitorescos acontecidos ao longo de sua convivência com ele. Assim, ela relata que em um determinado fim de semana, já como ex-jogador, Sócrates recebeu uma turma de amigos, oito ao todo, que chegaram espremidos em uma Brasília velha (modelo de carro fabricado pela Wolksvagem de 1973 a 1982). Em casa já estava o cantor Fagner e mais outro amigo da cidade paulista de Ribeirão Preto. No auge do encontro este amigo insistiu com Fagner para que cantasse uma de suas músicas. Então, para se desincumbir da tarefa,  o artista cantou uma música que ainda não era conhecida do público. Quando Fagner terminou sua apresentação da canção “Borbulhas de amor”, o amigo de Sócrates entediado virou-se para o cantor e aconselhou-o: “Amigo, se depender dessa canção aí para você sobreviver de música, você vai morrer de fome”. Contrariando os prognósticos do amigo de Sócrates, a canção estourou nas paradas, vendeu milhões de discos e tornou-se  uma das canções mais conhecidas e tocadas do artista até hoje.

Quantos não desistem de seus propósitos e objetivos porque um sabe-tudo se interpôs em seu caminho e previu aquilo que não tinha autoridade para prever? Quem tem esse dom? Eu já estava com bem mais de trinta páginas de minha dissertação de mestrado já escrita, quando alguém teve acesso ao texto e me falou: “Seu projeto está ruim! Mas ele está muito ruim mesmo! Na verdade ele está um Frankstein!” Arrasada com o veredicto, mudei completamente minha pesquisa para um tema completamente diferente. Não adiantou. Enquanto uns achavam o novo projeto de bom a ótimo, outros, no máximo, diziam que eu escolhera um tema interessante...                                            

 Dalí em diante passei a ter mais cuidado em não deixar que qualquer um tivesse acesso ao meu texto, conforme fui aconselhada por amigos e, mais especificamente, por minha orientadora. Já pensou se Fagner, o cantor, tivesse ouvido a opinião para não investir mais naquela canção?

Na maioria das vezes as pessoas que se intrometem nos projetos alheios não tem sequer noção do desenvolvimento daquela ideia e, por isso, colocam “gelo na fervura”, tirando o entusiasmo dos outros. Não deixe que isso aconteça com você meu irmão. Lembre-se daquele dia em que Jesus, ao dizer, abertamente “que importava que o Filho do homem padecesse muito, e que fosse rejeitado pelos anciãos e príncipes dos sacerdotes, e pelos escribas, e que fosse morto, mas que depois de três dias ressuscitaria”, Pedro o tomou à parte e começou a repreendê-lo. A resposta que o Senhor lhe deu serve para nossos desanimadores de hoje que tomaram para si a tarefa de nos demover dos projetos que nos ajudarão a virar nossas páginas: “Retira-te de diante de mim, Satanás; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas as que são dos homens”. Marcos 8:33.




terça-feira, 4 de agosto de 2015

MESTRADO, O FILME DA MINHA VIDA OU
JE NE SUIS PAS PESSIMISTE!


29 de abril de 2015 -  Finalmente o dia tão aguardado estava às portas. Estive às voltas com o examinador externo, Oswaldo Francisco de Almeida Junior. Peguei-o no Aeroporto com o motorista da UFBA, levei-o ao hotel Sol Vitória Marina. À noite fui com Cleyciane pegá-lo no hotel para conduzi-lo até à Escola de Nutrição onde ele deu uma palestra na aula inaugural do PPGCI.

30 de abril de 2015 – Finalmente chegou o grande dia. Mestrado, o filme da minha vida. Cedo me arrumei com o vestido especial que fiz para essa ocasião. Eram dois. Mas optei pelo preto de um lado, branco do outro e verde ao centro. Semioticamente falando quis dizer aos presentes que apesar de a situação do nosso país estava com um lado que tentam enegrecer, ainda havia um lado representado por aqueles que querem a paz e o principal era que o verde da esperança atravessava o país de cima até embaixo. Quem não quiser pensar assim então, que compre um caixão. O que se ganha com a perda da esperança? Qual fruto do pessimismo? O sapato foi verde, para reforçar a ideia de que Je ne suis pas pessimiste!

Sandra, uma sobrinha de meu esposo fez a torta salgada que pedi. Rúi (diretor do IFBA), Jovenice, Geo, Cardoso, Zé Luis, Lúcia, Thiago, Luana, Leandro, Hérica, Larissa, meus colegas de mestrado (alguns), Juliana, uma aluna que faz as duas disciplinas comigo, muita gente. A sala lotou e faltou lugar. Algumas pessoas não puderam entrar e outros ficaram em pé. Meu trabalho foi indicado para ser publicado. Vai virar livro. Oh, Glória! Paulo encomendou não pouca comida e ainda fez muito salgado. Foi uma festa. Deus seja louvado!


Assim que a apresentação terminou peguei a ata para tirar uma cópia e anexar ao envelope de candidata ao processo seletivo para doutorado. Vocês já viram esse filme! Nem bem encerrei um capítulo e já estou tentando virar a página para começar  um outro capítulo. Eu não consigo me entender.

domingo, 2 de agosto de 2015

EU, PROFESSORA UNIVERSITÁRIA...

Em 7 de janeiro de 2015 eu estava participando de um processo seletivo para professor por tempo determinado em uma universidade pública. Concorri a uma vaga na disciplina para a qual me escrevi e no dia 22 de janeiro foi minha entrevista. No mesmo dia, logo em seguida, dei uma aula para avaliação com a mesma banca. Tudo aconteceu tão de repente que eu nem tive tempo de sentir as emoções em torno do processo de forma completa e assimilável. Quando vi já estava recebendo a informação de que havia um edital publicado, no outro momento eu já estava às voltas com a documentação exigida e me preparando ao mesmo tempo para o processo que, mesmo simplificado, teve lá seu momento que não foi nada “delícia”. Basta dizer que bateram no fundo do meu carro poucas horas antes do meu comparecimento à banca. Mas foi tudo resolvido calmamente e só houve um leve amassado no para-choque. Foi mais o susto.

23 de janeiro de 2015 – Foi esse o dia da prova didática. Levei os planos de aula e entreguei à banca. Depois fiz minha apresentação. Não estava calma, mas consegui manter a sobriedade necessária que o momento exigia. Consegui me manter confiante no que explanava e mantive a mesma postura que tinha diante de meus alunos tanto no programa governamental quanto na disciplina do tirocínio concluída no  semestre passado. Agi conforme fui orientada por uma colega mais experiente. Ela me ensinou: “Nada de vida pessoal, seja didática”. Assim o fiz, e fui feliz na empreitada. Fui aprovada. Para muitos pode não ter sido lá grande coisa. Professora substituta?... Mas para quem acompanha minha trajetória de vida sabe que essa página tem um sabor de uma grande vitória. Afinal, como diz a canção do baiano Ederaldo Gentil, eu não queria ser o mar, me bastava a fonte. E naquele momento eu senti que a minha fonte jorrava.  Mesmo porque, no poço onde eu joguei meu cântaro a água jamais faltará, pois já disse seu Dono:  “Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna”.João 4:14.

O resultado foi publicado no dia 3 de fevereiro de 2015. E foi desse jeito que o ano começou. Com a corda toda mostrando que estava com uma imensa vontade de ver páginas viradas!