domingo, 23 de abril de 2017

DÚBIOS INTÉRPRETES

         O sétimo presidente dos Estados Unidos deu um exemplo de simplicidade, ou popularidade, quem sabe. Só sei é que  a história registra que ao assumir a cadeira da presidência levou o povo com ele para sua posse.  Nesta época os EUA estavam lutando pela construção dos conceitos de liberdade e cidadania dentro se seu território. Tinham que lutar para fazer vigorar e perpetuar sua nova legislação que previa reforçar a crença no indivíduo. E foi no ritmo destes pensamentos, provindos de seus movimentos de independência, que o representante das novas ideias em torno da diminuição das disparidades sociais, ainda que só nos discursos, fez sua campanha, se elegeu e tomou posse.  Este representante dessas “novas visões” foi  eleito como sétimo presidente do EUA.                                                                                      E foi assim que Andrew Jackson, militar herói de guerra em 1812, no dia de sua posse, “franqueou as portas da Casa Branca a pessoas tidas como humildes pela aristocracia de Washington, causando perplexidade entre os grupos tradicionais da cidade.”  Em sua gestão os EUA teve um avanço político e econômico que deu origem ao estigma delineado pela eterna frase de “o país das oportunidades”.                      No entanto, mais tarde, este mesmo presidente foi acusado por um grande biógrafo de “um patriota e traidor”. O texto de Leandro Karnal, Estados Unidos, liberdade e cidadania, assinala que: “Pelo menos para um grupo, Jackson não tinha nenhuma ambiguidade”. Afirma que por medidas duras ele deslocou os indígenas americanos para locais cada vez mais isolados a oeste e que isto possibilitou ainda mais “a continuação do massacre dos índios. Como os proprietários brancos queriam cada vez mais terra ele apoiou abertamente o massacre dos indígenas”. Misericórdia!
Vamos para um exemplo nas cores verde e amarelo. Azul e branco também: Getúlio Vargas prometeu o mesmo. Em sua campanha de retorno ao poder como presidente do Brasil prometeu que, se eleito, o povo subiria com ele as escadarias do Palácio do Catete. O povo governaria com ele. Claro que não cumpriu fielmente a promessa. E muitos que não concordaram com algumas ideias do “pai dos pobres" sofreram nos porões da polícia. O mundo caminha assim. Nas escadarias da vida política, o povo, sempre, será o alvo predileto dos que acham que os enganarão eternamente como dúbios intérpretes de seus destinos. Suas performances são dignas dos cobiçados troféus designados para os bons representantes das artes dramáticas. Assim eles viram suas páginas.

 Mas há esperança para os que confiam no Senhor!

quarta-feira, 5 de abril de 2017

AH! O POVO!

Quando a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, tornando o Brasil na última nação americana a libertar os negros trazidos do continente africano e seus descendentes de uma sofrida e aterrorizante escravidão por longos 350 anos, seu pai, o Imperador D. Pedro II, estava na Europa.  Sofria de uma agonizante enfermidade, pela qual, chegaram até a ministra-lhe a Extrema Unção, dado a gravidade de seu caso. Diabetes, gota, epilepsia e outros agravantes lhe provocaram até perda de memória. Ao saber da atitude da filha, fruto do trabalho incansável dos abolicionistas, ele exclamou: grande povo!
Saul não disse para o que veio em termos de liderança. Tinha medo da opinião do povo (I Samuel 15:20 e 21). “Antes dei ouvidos à voz do SENHOR e caminhei pelo caminho pelo o qual o SENHOR me enviou”. [...] Mas o povo...
Ah! O povo! Sempre ele. A querer nos indicar os caminhos contrários à vontade de Deus. O Senhor fala em sua Palavra de um jeito, e cada um interpreta ao seu bel prazer, e de acordo com seus desejos e vontades. Medo de represálias. Medo de não ser aceito no grupo. Saul teve medo do povo, e veio a reprimenda: “Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios como que se obedeça à sua palavra? Eis que obedecer é melhor que sacrificar; e o atender melhor é que a gordura de carneiros”.
E foi assim que o Senhor escolheu outro homem para substituir Saul. E sabe o que foi dito a Saul sobre o filho de Jessé? Era reconhecido em sua comunidade como: “um músico virtuoso; valente; vigoroso; homem de guerra; prudente em palavras; de gentil presença” e, o que mais o recomendava para a sublime tarefa de conduzir o povo de Israel: O Senhor é com ele! (I Samuel 16:18).
O povo! Às vezes acerta, como no caso da luta dos abolicionistas, às vezes, não... como no caso de Saul.

Na dúvida, melhor virarmos nossas páginas pelos conselhos seguros de um Pai que conhece melhor todos os caminhos e sabe, melhor do que nós, aonde eles vão nos levar!

segunda-feira, 3 de abril de 2017

NEM TUDO NA VIDA É COMO A GENTE QUER...

            Pra você que não aceita que as coisas não aconteçam exatamente do jeito que você determina e, que até os detalhes de seu funeral já está “devida” e antecipadamente planejado, deixe eu acabar com sua alegria, ou melhor, com suas certezas... só um pouquinho. Não é maldade não, mas é que eu mergulhei em uma coleção da Time-Life História em Revista 1925-1950 e, na página 53, eu me defrontei com a biografia de Lênin e mesmo já tendo lido centenas de vezes sobre sua vida, esse detalhe me prendeu a atenção.                                                                
Se existia alguém nesse mundo que Lênin não queria que estivesse à frente de seu funeral esse alguém era Joseph Stalin, um ex-seminarista e, como ele, um revolucionário bolchevique. Em seu leito de morte deixou claro que não queria Stalin como seu sucessor, o que seria natural uma vez que Stalin era secretário-geral do partido comunista, cargo que Lênin também tentara em vão destituí-lo com ordens diretas ao comitê central.                                                                      Mas Stalin, que de bobo não tinha nada, além de preparar, a contra gosto do morto, seu funeral, passou os quatro anos seguintes à sua morte consolidando substituir o ex dirigente, para ocupar-lhe o posto eliminando todos os rivais que se atreveram a atravessar seu caminho. Sua tática era terrível. Aliava-se aos seus oponentes políticos para depois mudar de lado abruptamente e derrubá-los com acusações inventadas. Quando assumiu a União Soviética, mudou todos os planos econômicos de seu antecessor gerando uma fase de conspirações que geraram a eliminação da metade dos oficiais acima de major e dos gerentes que controlavam os postos industriais básicos. Todos eles  foram considerados inimigos do povo. Seus colegas de partido mais próximos foram acusados de crimes confessados à força e eliminados sumariamente. Só do  exército vermelho eliminou catorze dos dezesseis generais.Diante disso, pare com essa mania de se acabar no dia a dia virando suas páginas na falsa certeza de que vai deixar tudo certo para que as coisas continuem do mesmo jeito que era antes de sua partida. Trabalhe, se organize, mas sem exagero, porque nem tudo na vida é como a gente quer. Principalmente depois que a gente se vai...