DÚBIOS INTÉRPRETES
O sétimo presidente dos Estados Unidos
deu um exemplo de simplicidade, ou popularidade, quem sabe. Só sei é que a história registra que ao assumir a cadeira
da presidência levou o povo com ele para sua posse. Nesta época os EUA estavam lutando pela
construção dos conceitos de liberdade e cidadania dentro se seu território.
Tinham que lutar para fazer vigorar e perpetuar sua nova legislação que previa
reforçar a crença no indivíduo. E foi no ritmo destes pensamentos, provindos de
seus movimentos de independência, que o representante das novas ideias em torno
da diminuição das disparidades sociais, ainda que só nos discursos, fez sua
campanha, se elegeu e tomou posse. Este
representante dessas “novas visões” foi eleito como sétimo presidente do EUA. E
foi assim que Andrew Jackson, militar herói de guerra em 1812, no dia de sua
posse, “franqueou as portas da Casa Branca a pessoas tidas como humildes pela
aristocracia de Washington, causando perplexidade entre os grupos tradicionais
da cidade.” Em sua gestão os EUA teve um
avanço político e econômico que deu origem ao estigma delineado pela eterna
frase de “o país das oportunidades”. No
entanto, mais tarde, este mesmo presidente foi acusado por um grande biógrafo
de “um patriota e traidor”. O texto de Leandro Karnal, Estados Unidos, liberdade e cidadania, assinala que: “Pelo menos
para um grupo, Jackson não tinha nenhuma ambiguidade”. Afirma que por medidas
duras ele deslocou os indígenas americanos para locais cada vez mais isolados a
oeste e que isto possibilitou ainda mais “a continuação do massacre dos índios.
Como os proprietários brancos queriam cada vez mais terra ele apoiou
abertamente o massacre dos indígenas”. Misericórdia!
Vamos
para um exemplo nas cores verde e amarelo. Azul e branco também: Getúlio Vargas
prometeu o mesmo. Em sua campanha de retorno ao poder como presidente do Brasil
prometeu que, se eleito, o povo subiria com ele as escadarias do Palácio do
Catete. O povo governaria com ele. Claro que não cumpriu fielmente a promessa.
E muitos que não concordaram com algumas ideias do “pai dos pobres" sofreram
nos porões da polícia. O
mundo caminha assim. Nas escadarias da vida política, o povo, sempre, será o
alvo predileto dos que acham que os enganarão eternamente como dúbios intérpretes
de seus destinos. Suas performances são dignas dos cobiçados troféus designados
para os bons representantes das artes dramáticas. Assim eles viram suas
páginas.
Mas há esperança para os que confiam no
Senhor!
