sábado, 30 de janeiro de 2016

O BOM DA VIDA É (SABER) VIVER

George Eastman, criador da Kodak, dedicou sua vida à pesquisa fotográfica. Foi um grande precursor das máquinas portáteis. Inventou a Kodak em 1888 e, em vez de cobrar mais caro pelos sucessivos aperfeiçoamentos de suas criações, ele as barateava cada vez mais. Seu intento era tornar seu grande invento acessível às camadas mais populares. E conseguiu. Seus biógrafos esclarecem que, além disso, ele dedicou toda sua vida à filantropia. Porém, aos 78 anos ele tomou uma decisão equivocada. Através de um bilhete de despedida com a frase: “Já cumpri minha missão, para que esperar?” ele antecipou o final de sua biografia cometendo o suicídio.

Não cabe ao homem dizer qual é a hora de parar de viver. Em Roma, o cidadão interessado em suicidar-se tinha que se apresentar ao Senado e expor suas razões recebendo, ou não, autorização estatal para matar-se. O supremo Deus, nosso Pai e Criador, não permite, nem jamais permitirá ao homem autoridade sobre a vida humana. Mesmo quando se trata de um corpo que ele julga como seu. Em 2015 houve um debate em uma estação de rádio local onde um jornalista confessou que sua classe recebia a recomendação de não tratar desse assunto com frequência, pois, ao trazer a luz sobre o fato, aumentava-se o número de casos. Pesquisas são apresentadas dando conta de que em nosso país a tacha de suicídio é uma das maiores do mundo. São pessoas desesperadas por causa de problemas amorosos, financeiros e familiares. 

Em uma manhã de novembro de 2008, passando de automóvel pelo viaduto Rômulo Almeida, que liga os Barris ao Dique do Tororó, avistei uma mulher em atitude estranha. Ela estava sentada na mureta e com os sapatos em uma das mãos. Aproximando-me,  já em marcha reduzida, logo percebi em seu rosto o choro convulsivo. Estacionei logo após a ponte e retornei. No caminho encontrei dois integrantes da Guarda Municipal e solicitei-lhes ajuda. Eles me esclareceram que o procedimento de segurança que eles seguiam para estes casos era o de não intervenção imediata explicando-me que a presença de uma autoridade, por vezes, ao invés de coibir pode levar a pessoa a consumar mais rapidamente o ato de suicídio. Concordaram em ficar a uma segura distância enquanto eu fui conversar com ela. Contou-me que por causa de uma desilusão amorosa perdera o sentido da vida. Havia colocado em um ser carnal a sua razão de viver e, naquele momento, após dois anos de convivência, ele a deixara. Apontando para um ponto adiante dali ela mostrou-me a pessoa pela qual ela estava tão desesperadamente ligada escondido covardemente atrás de uma árvore. Orei com ela e conversamos sobre o amor de Deus.                      

O desejo de praticar um ato que nos separará eternamente de Cristo não deve jamais fazer morada em nossos corações. “Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a  angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou perigo, ou a espada? [...] Mas em todas essas coisa somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. (Romanos 8:35-37). É vencendo as tormentas que vamos conseguir ir em frente não só virando nossas páginas, mas ajudando outros também a virar as suas. Juntos somos mais fortes e descobrimos que o bom da vida não é só viver, mas saber viver.


sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

UMA REUNIÃO ESTRITAMENTE FAMILIAR

A situação já estava insustentável. Há muitos dias que Jacó percebia que seu tio já não era o mesmo que o recebera tão efusivamente quando ele chegara e ao qual dera suas filhas como esposa. Seus primos também compartilhavam os mesmos sentimentos negativos do pai. Então Jacó percebeu que alguma atitude emergente deveria ser tomada. Foi aí que lá no campo, bem longe dos olhos do outro núcleo familiar, ele convocou uma reunião estritamente familiar. Para que seus intentos fossem adornados com sucesso ele precisava ter a certeza que suas esposas concordavam com ele, pois, do contrário, tudo iria por água abaixo. Jacó trouxe-as ao campo, longe dos olhos de seu pai e irmãos para que não houvesse interferência nos intentos dos preparativos para a mudança radical que iria se operar naquela família. Mas Jacó não estava tomando aquela decisão de forma deliberada. Ele já havia tido uma primeira reunião ainda mais estritamente familiar que esta que estava tendo agora com suas esposas. Ele havia tido uma conversa a sós com Deus. E o Senhor já havia lhe dado autorização para retornar “à terra de seus pais e à sua parentela” (Gênesis 31:1-4).

Assim sabemos que aquela jornada de retorno de Jacó foi divinamente autorizada, preparada e conduzida por Deus. Também que Jacó não saiu fazendo preparativos escondido de seu núcleo familiar. Respeitou suas mulheres colocando-as a par dos acontecimentos para, juntos, escolher o melhor caminho a seguir.

Uma reunião estritamente familiar. É disso que precisamos. Primeiro diariamente com Deus. Depois junto com aqueles que fazem parte de nosso núcleo familiar para traçar diretrizes para as decisões que precisam ser tomadas. Como vivemos em uma época de exarcebado individualismo assistimos a famílias inteiras se desintegrarem por não aceitarem mais incluir seus membros nos roteiros a ser traçados. Outro dia li em uma biografia de um grande empresário brasileiro que ele tinha a mania de tomar decisões sozinho sem aceitar interferência dos filhos, mas, que no entanto, quando as coisas não caminham para um desfecho de sucesso ele sempre recorria aos filhos para que estes o ajudassem a sair das dificuldades geradas daquelas situações mal conduzidas.


Houve uma reunião estritamente familiar no céu. Por isso hoje temos um Salvador para nos ajudar a virar nossas páginas, isto é, se nós assim o desejarmos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

PEDIR AJUDA A UMA VIÚVA?

 Nos  primeiros anos em que comecei a trabalhar em escola de ensino tecnológico ficava intrigada quando ouvia da maioria dos alunos que o sonho deles era trabalhar “pra viúva”. Então eu me perguntava: trabalhar para viúva? Será que eles pensam em casar-se com uma viúva e viver à custa da coitada? Ora, afinal nunca soube que houvesse tantas viúvas afortunadas assim para suprir tantos pretendentes. Resolvi pesquisar a fundo e descobri que a tão aclamada viúva nada mais era que a estatal PETROBRAS. Segundo Lira Neto, Getúlio Vargas, o famoso ex-presidente brasileiro, consumiu mais da metade de seus dias de seu último mandato nas plenárias defendendo a autonomia e a nacionalização desta empresa. Então ao suicidar-se deixou-a, “viúva” de seu maior defensor àquela época. Viúva esta que de sua criação em 1953 até hoje se constitui ainda no sonho de milhares e milhares de trabalhadores brasileiros.

Não chovia sobre a terra há muito tempo! Mas Elias recebeu do Senhor a ordem de ir a uma cidade chamada Sarepta e instruiu-lhe que ficasse ali por um bom tempo pois que Ele já havia ordenado a uma viúva que o sustentasse.  Elias foi. Lá chegando encontrou a assinalada viúva apanhando lenha. Pediu-lhe água. Ela o serviu. Mas quando ele lhe pediu pão o caso ficou sério e aí temos descrito as três fases do desespero de uma pessoa desafortunada: a primeira veio atrelada à resposta daquela pobre mulher: nada tenho cozido. Depois da omissão de socorro ela admite ter um punhado de farinha e um pouco de azeite. Ele insiste para que ela lhe prepare alimento e que o sirva primeiro para depois providenciar alimento para o filho o qual ela dizia ter que alimentar para  depois morrer sossegadamente. Essa foi a segunda fase da amargura. Na primeira não tinha nada. Na segunda já tinha um punhado. A terceira foi o cumprimento da promessa: fartura e até sobra. Da panela a farinha não se acabou e da botija o azeite nunca faltou.

Agora vamos ao raciocínio espiritual. Imagine se Elias duvidasse da forma escolhida por Deus para socorrê-lo. Ir a uma cidade que estava passando por uma estrema seca pedir ajuda a uma viúva desamparada? Para muitos seria loucura. Como até hoje multidões ainda acham a maneira de Deus trabalhar em algumas situações. E o que importa? Ele é Deus! Ele sabe o que faz! Portanto deixe-o trabalhar da forma que melhor lhe apraz. Se a vitória é dEle que ela venha como Ele quiser! Eu e você certamente, ou talvez, quem sabe, duvidaríamos e nem iríamos lá. Se Elias não fosse por certo morreria os três. Ele, a viúva e o filho da viúva. É por isso que somos convidados a fortalecer nossa fé pela loucura da pregação. Porque isso para quem nunca teve uma experiência profunda com Deus é muito louco. Mais eu e você sabemos que não é loucura! É fé. Pedir ajuda a uma viúva? Sim, pedir ajuda a quem o Senhor enviar para nos ajudar a virar mais uma página!





domingo, 10 de janeiro de 2016

AJUDE O TEMPO

Era um final de tarde e eu vinha da ilha de Itaparica para o continente, sentido Pirajuía quando, ao chegar no trecho da estrada de Salinas das Margaridas (BA), que dá para ver a maravilhosa vista da localidade de Cações, algo nos deixou fascinadas. Flagramos o sol que se punha por trás dos montes enquanto no céu à nossa frente a lua cheia, em tamanho GG, já estava a postos nos brindando com um evento de alinhamento inusitado. Vamos registrar? Uma câmera semi profissional de boa resolução, se bem empregada, faria milagres fotográficos naquele instante. Porém ela estava descarregada! Essa não! Cadê os celulares. No carro tínhamos um de última geração com 20 megapixels que daria para registrar as imagens com recursos inimagináveis pelo possuidor do artefato. Mas esta também estava descarregada. Pensei: amanhã, neste mesmo horário virei aqui para registrar esse maravilhoso fenômeno. E assim o fiz no dia seguinte. Fui, e voltei, sem o registro. Em um céu meio nublado até que encontrei o tal do sol, mas, a lua, pelo menos do mesmo jeito do dia anterior, não estava lá!

Tenho certeza que você também se lembrou da parábola das noivas insensatas. Foi assim que me senti. Em um ano que se inicia se existe algo que mais precisamos é que aprendamos a aproveitar os tempos e as oportunidades. Como temos desperdiçado esses dons tão preciosos que o Senhor tem nos proporcionado. Quantas coisas tem-nos vindo às mãos tanto para fazer, quanto para receber, e temos desperdiçado. Sim, porque junto com o tempo que se esvai a cada fração de segundo, vão também as oportunidades com nossos projetos e nossos sonhos não alcançados. E pensar que tudo isso acontece tão somente porque na maioria das vezes pedimos, mas, quando recebemos, não estávamos preparados para recebê-lo. Estávamos descarregados. E descarregados de sentimentos vamos por esse mundo a fora desperdiçando muito do que nos vem às mãos. Choramos por aquele projeto que não deu certo quando tudo já estava ajustado por Deus para seu sucesso naquele exato momento e naquela hora tão precisa. E assim, como aquele “alinhamento” de chegada e partida de dois elementos do universo que em breve e raro momento se “encontraram”, aquilo que alguns chamam de sorte, mas, que nós bem sabemos seu verdadeiro nome chega à nossa porta e bate sofregamente. Todavia, muitas vezes não podemos aproveitar por estarmos descarregados...


Que maneira débil e indolente de viramos nossas páginas. É como eu li outro dia em uma mensagem: “A uns o Senhor permite determinadas coisas para que aprendam, a outros só depois que aprendem”. 

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A ORAÇÃO DO ESCRITOR  

Senhor, começa um novo dia e eu me sinto sem inspiração.
Por favor, ajuda-me para que eu receba de Ti divina intuição
Não a peço exarcebadamente,
não quero correr o risco de vir a achar-me um gênio das letras.
Também não a diminua,
 para que na sua falta eu venha a me apropriar das ideias alheias.
Leitores? Peço! Para que eu não venha a escrever em vão
Mas que eu não lhes imponha os meus pensamentos
Já ficarei muito grata
Se eu conseguir alcançar-lhe algum  nível de compreensão;
Dentro da proposta do que tenho para dizer
Sejam as minhas palavras
Incentivo de vitória para cada amanhecer
E que do universo das vinte seis letras
Saiam palavras de alento para o vivente terrestre aos qual almejo alcançar
Que para ele minhas palavras se prestem como um lenitivo
Como é a arte para aqueles que pintam ou bordam
Ou, melhor, para os agraciados com esses dons simultaneamente
e, assim,  dedicam-se aos seus talentos para extravasar seus sentimentos
Escrevo para a vida, para os meus, para os seus, para o meu Salvador
Senhor, Tu sabes, Tu conheces os escritores
Conheces a imperiosa necessidade que eles têm  de extravasar para o mundo
A cronologia dos acontecimentos com seus personagens
Na segmentação dos espaços que nos rodeia
Precisamos disso
Então contamos com o Senhor
Sabemos que Tu nos socorrerá
Quando as palavras teimaram em fugir para tremularem por aí ao sabor do vento
Não, não permitas que isso nos aconteça
Traga-as de volta para seu berço, nossa máquina de  pensar
E é com alegria e consolo
Que encerro esta oração
Não que eu também dela não precise
Pois aos outros eu também  junto as minhas necessidades
Por fim eu peço ao Senhor que derrame sobre nós
Graça, sabedoria e proteção,
porque sem essas dádivas as palavras serão apenas
união de letras formando sílabas,
Palavras soltas e trôpegas que para nada servirão.
Que elas saltem para fora do nosso ser, mas,
Que não fiquem por aí presas em devaneios alados
Mas que  inundam nossos dedos e teclados
Ah, sim, e  o principal!  Que ao final, nunca nos esqueçamos de salvar!