terça-feira, 27 de dezembro de 2016

PROTEGIDOS E DESPROTEGIDOS PELA IGNORÂNCIA



Essa história também foi narrada por Umberto Eco na obra “ _ Não contem com o fim do livro”. Segundo seu relato, na página 267, certa vez um ladrão entrou em sua casa e nem sequer se deu conta do tesouro que havia ali em livros. Como um meliante comum roubou um aparelho de rádio, uma televisão e dez mil euros. Deve ter achado que se dera muito bem. No entanto, Eco enfatizou que, com apenas um livro das muitas raridades que ele  possuía em sua coleção, por ser um bibliófilo (colecionador de obras raras), o invasor teria conseguido dez vezes mais do que levou. Ele alerta que nesse caso ele não sofreu prejuízo maior porque foi protegido pela ignorância do ladrão.

Em outra narrativa, esta na página 123, ele também chama a atenção para uma situação que sempre ocorre em casos de testamento em muitas famílias europeias que possui bibliófilos. “Alguém que possui uma biblioteca valiosa e que tem muitos filhos. Entre eles, apenas um sabe o verdadeiro valor dos livros. Quando o pai morre o especialista diz como quem não quer nada a seus irmãos e irmãs: ‘Vou pegar só os livros. Virem-se com o resto’”. Os outros vibram. Conseguiram as terras, o dinheiro, os móveis, o castelo. Mas o novo detentor dos livros não pode vendê-los porque a família ficará em alerta e descobrirá que, o “só os livros”, não era pouca coisa, e que foram ludibriados. Resta, ao herdeiro que “não queria nada” , vender os livros secretamente para atravessadores.

A ignorância, às vezes, tem duas faces. A uns protege e, a outros, desprotege. Depende da via que lhe apraz percorrer. Pela ignorância Josué fez acordos que não foram benéficos para Israel (Josué 9:3-18).


Temos uma advertência em Josué 4:6 de que,  por nos faltar conhecimento é que somos levados à destruição. Nossa salvaguarda é sabermos que quem não tem sabedoria pode pedi-la a Deus que pode nos dá em abundância (Tiago 1:5). 

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