domingo, 19 de fevereiro de 2017

SE NÃO TEM, A GENTE INVENTA

O rabino Uri Lam contou as peripécias que enfrentou para convencer um cartório a registrar sua filha com um nome desconhecido da nossa língua. Mas de tudo o que ele falou o que achei mais interessante nada tinha a ver com algo que pudesse fazer parte de um dicionário de nomes. Ele deixou claro naquele texto que, por falta de uma cerimônia de circuncisão, como é feito no caso dos primogênitos, a nação judaica desenvolveu outros rituais cerimoniais para festejar a chegada de uma menina entre eles.
Na verdade, inventaram, pois a Bíblia não registra nenhum tipo de cerimônia acerca desse  lindo acontecimento. Mas ficamos felizes em saber que as mulheres hoje são respeitadas e comandam a educação dos filhos naquela comunidade. Maria já havia tomado esta atitude e, de tal forma, que naquela situação em que Jesus se perdeu de seus pais, em Jerusalém, foi encontrado dando um banho de sabedoria nos rabinos. Estes ficaram surpresos, pois achavam que tais ensinamentos só deveriam ser providos por eles nas sinagogas.
Fico feliz também em ver homens torcerem pela chegada de uma menina em sua primeira experiência de pai. Fato quase inexistente em outros tempos e que prevalece até hoje em diversas culturas.

Pois é, bons costumes, se não tem, a gente inventa. Então lutemos pelo surgimento e crescimento dessas atitudes em relação à valorização das mulheres d(n)o mundo inteiro. Os tempos são outros!

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

DESISTO DO “RABO DE MACACO”?

Desde a primeira vez que a vi me encantei por ela. Não chego ater uma floresta em casa,mas gosto de plantas. Meu caçula desdenha delas e diz não ver nenhuma utilidade em tê-las dentro de casa. Esse povo nascido e criado em paisagens tipicamente urbanas não entende alguém que passou os primeiros sete anos de sua existência em uma casa arrodeada de árvores e plantas das mais variadas espécimes. E foi assim que eu a conheci: um dia, ao visitar minha colega que ganhara bebê vi-a a um canto de seu pequeno jardim. E ela me apresentou a beldade: chama-se “Rabo de Macaco”. Antes de me despedir ganhei uma muda de presente e levei-a para casa. Os dias se passaram e suas hastes floridas pendentes despediram-se de mim para nunca mais se renovarem.
Esperei com paciência outra florada que não veio. Cuidei, reguei, fofei a terra do vaso. Nada. Fiquei amargurada. Passado uns dias perguntando-me por ela tive que me desculpar com pesar e dizer a minha colega o fim trágico de minha carreira de botânica amadora. Com paciência ele já repetiu mais duas vezes o presente. Por último me trouxe uma maior e já “pegada” em um vaso maior e com raízes mais aprofundadas. Acontece que a tal planta gosta de sol, mas não muito. gosta de água, mas também não se pode encharcá-la. É cheia de mimos e exigências. Tenho que agradá-la, e muito, para conseguir que ela desenvolva e fique comigo. Será que vou persistir nesta jornada?
Não seria assim que muitos de nós nos comportamos em nossa fé e no nosso relacionamento com Deus. Fazemos um mundo de exigências e queremos um Deus solícito e disposto a atender as nossas mínimas e máximas vontades. Do mundo a gente acaba se acostumando e aceitando tudo. DEle, queremos fazer as mais estapafúrdias exigências. Do contrário ficamos no canto, amuados e não queremos nem “conversa”. E assim nos comportamos com o Senhor do mesmo jeito que eu estou na minha lida com meu “Rabo de Macaco?  Já pensou se Ele desistisse assim tão facilmente de suas criaturas?!

Nós que  viramos nossas páginas nos comportando como plantinhas difíceis e teimosas, que, por mais que se regue e se cuide, nos ressentimos, ressecamos, murchamos por qualquer motivo e por qualquer razão. Tudo pode acontecer com os outros, menos conosco!