quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Além do que os olhos podem ver!
     
Fiz esta imagem em um lugar considerado como detentor de um dos pores do sol mais bonito do mundo. Confesso que nunca fui muito de admirar pôr do sol. Somos ingratos em desconsiderar certos privilégios que muitos dariam tudo para ter quando isso faz parte do nosso dia a dia. E assim, lá estava eu em uma tarde sábado de agosto de 2017 em um evento no Farol da Barra.

Todos queixavam-se do frio enquanto outros gostavam porque não faríamos caminhada em meio a um sol escaldante. Alguns acharam que o dia não tinha nada de bonito para se ver. Isto porque o sol se despedia precipitadamente e, às cinco da tarde, nuvens negras tomaram conta do céu naquele local. Quando preparei a máquina para fotografar o fenômeno alguém me disse: “Tá tirando foto do que? Só estou vendo escuridão e uma fresta de luz pálida! ”.                                                                      
Meus olhos também enxergaram o mesmo que aquela pessoa. Mas eu sabia que a máquina captaria aqueles fiapos de luz e, finalmente, me retornaria com imagens além do que os nossos olhos podiam ver.

Fotografia é uma arte que exige que você enxergue o foco com a alma. Do contrário você pode desprezar riquezas que podem passar despercebidas. Porque a beleza da vida está além do que os olhos podem ver. E foi assim que eu consegui captar, através das lentes da máquina, além do que os nossos olhos podiam ver naquele momento. Juntas, conseguimos captar “uma luz na escuridão”.


E assim cada um de nós seguimos virando nossas páginas, por vezes detectando só trevas, sem conseguir vislumbrar os raios que desafiam a escuridão... e que só podemos ver com a alma.

domingo, 10 de setembro de 2017

SEMPRE ELE, O PASSADO!


Maria Teresarainha da Hungria, por herança, e imperatriz do Sacro Império Romano, mãe também da famosa Maria Antonieta, escolhera a filha Josefa, de dezesseis anos, para casar-se com Fernando de Nápoles. Era daqueles casamentos destinados a selar alianças entre casas imperiais como era comum àquela época. Tudo pronto e as bagagens já arrumadas para a longa viagem de núpcias e então, a imperatriz Maria Teresa, insiste com a filha para visitar a cripta imperial onde um membro da família que morrera de varíola havia sido sepultado. Mas o túmulo não estava bem lacrado e dias depois, em meio às comemorações prévias às núpcias, Josefa apresentou fortemente os sintomas da varíola vindo a falecer.

Para que revisitar o passado? Para que uma visita tão mórbida em meio às comemorações de vida? Mas, nós seres humanos temos essa mania de recorrer sempre ao passado. Todo mundo vivendo o presente e, de repente, aparece alguém nos convencendo a fazer isto e aquilo em nome do passado. Em nome da “velha e boa amizade” façamos tal coisa. E lá estamos nós compactuando com tolices.


Existem inúmeros casamentos que finalizaram por conta de seus pares fazerem sempre esse tipo de visita desagradável em um retorno ao passado que deveria está enterrado no mundo do esquecimento. Amizades perdidas, sonhos despedaçados, futuros abortados... tudo por causa de viver longe do presente e revisitando o passado. Vire suas páginas esquecendo suas dores, ou, então, aprenda a viver com elas a uma distância segura contra o sofrimento. Eu sei do que estou falando...