AINDA SOBRE A BREVIDADE DA VIDA
Vejam o texto, o qual achei reflexivo,
colhido no jornal A Tarde de 16 de fevereiro de 2016: “Miryan Fraga, figura respeitabilíssima na
intelectualidade baiana, atendeu ao convite da jornalista Kátia Borges, em
2014, para ir à Casa de Tereza, no Rio Vermelho, participar do Sarau de Prosa e
Poesia. Kátia comentou que estava pretendendo fazer uma tese de doutorado sobre
a Geração Mapa (anos 1960), liderada por Glauber Rocha e da qual Miryan Fraga e
outros poetas fizeram parte. Miryan aconselhou:
- Kátia, faça logo este projeto e nos entreviste. Estamos
todos morrendo. Eu mesma estou a caminho dos oitenta”.
O autor do texto, Levi Vasconcelos,
chama a atenção no final desta página de lembrança: “Miriam morreu ontem aos
setenta e oito anos.”
Há um programa que acho interessante no
canal fechado cujo título “O mundo vista de cima” (tem também a versão “O
Brasil visto de cima”). Outro dia ele apresentou uma matéria sobre uma
propriedade norteamericana que consumiu anos e mais anos de seu proprietário,
mas, que acabou abandonando o projeto, pois, os futuros moradores que o
ajudariam a desfrutar da futura morada foram morrendo ao longo da execução do sonho familiar.
Há muitos que não conseguiram, em vida,
acompanhar o rumo que seus projetos tomaram, grandiosos ou não. Juscelino
Kubitschek morreu sem poder transitar livremente por Brasília, seu maior
empreendimento político. Por várias
vezes percorreu seus arredores disfarçado em caminhonetes simples
contemplando-a de longe, sem, contudo,
vê-la chegar à fase “adulta”.
Não esmoreça diante de seus projetos,
mas não se esqueça de viver, pois, a plenitude da vida passa e depois, como diz
Salomão, para quem não administrou bem o tempo, logo, tudo será apenas canseira
e enfado. Miremos no alvo, mas um alvo alcançável, para que não ocorra que
trabalhemos para que outros se deleitem em seus resultados.
Existem pessoas que passam toda sua
vida trabalhando sem descanso e ainda tem o prazer de dizer que trabalham de
sol a sol; de sábado a sábado; de inverno a inverno; sem tirar um dia de descanso.
Desse jeito vão virando arduamente cada página de sua vida para construir um
futuro que às vezes nem vem. Pelo menos para ele. E no final outros colhem e desfrutam
de seu labor.
Pense nisto!
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