domingo, 28 de fevereiro de 2016

AINDA SOBRE A BREVIDADE DA VIDA

Vejam o texto, o qual achei reflexivo, colhido no jornal A Tarde de 16 de fevereiro de 2016:   “Miryan Fraga, figura respeitabilíssima na intelectualidade baiana, atendeu ao convite da jornalista Kátia Borges, em 2014, para ir à Casa de Tereza, no Rio Vermelho, participar do Sarau de Prosa e Poesia. Kátia comentou que estava pretendendo fazer uma tese de doutorado sobre a Geração Mapa (anos 1960), liderada por Glauber Rocha e da qual Miryan Fraga e outros poetas fizeram parte. Miryan aconselhou:
                                                                            
- Kátia, faça logo este projeto e nos entreviste. Estamos todos morrendo. Eu mesma estou a caminho dos oitenta”.
          
O autor do texto, Levi Vasconcelos, chama a atenção no final desta página de lembrança: “Miriam morreu ontem aos setenta e oito anos.”

Há um programa que acho interessante no canal fechado cujo título “O mundo vista de cima” (tem também a versão “O Brasil visto de cima”). Outro dia ele apresentou uma matéria sobre uma propriedade norteamericana que consumiu anos e mais anos de seu proprietário, mas, que acabou abandonando o projeto, pois, os futuros moradores que o ajudariam a desfrutar da futura morada foram morrendo ao longo da execução do sonho familiar.

Há muitos que não conseguiram, em vida, acompanhar o rumo que seus projetos tomaram, grandiosos ou não. Juscelino Kubitschek morreu sem poder transitar livremente por Brasília, seu maior empreendimento político.  Por várias vezes percorreu seus arredores disfarçado em caminhonetes simples contemplando-a de longe,  sem, contudo, vê-la chegar à fase “adulta”.

Não esmoreça diante de seus projetos, mas não se esqueça de viver, pois, a plenitude da vida passa e depois, como diz Salomão, para quem não administrou bem o tempo, logo, tudo será apenas canseira e enfado. Miremos no alvo, mas um alvo alcançável, para que não ocorra que trabalhemos para que outros se deleitem em seus resultados.


Existem pessoas que passam toda sua vida trabalhando sem descanso e ainda tem o prazer de dizer que trabalham de sol a sol; de sábado a sábado; de inverno a inverno; sem tirar um dia de descanso. Desse jeito vão virando arduamente cada página de sua vida para construir um futuro que às vezes nem vem. Pelo menos para ele. E no final outros colhem e desfrutam de seu labor. 
Pense nisto!

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