domingo, 21 de fevereiro de 2016

NÃO TEMERÁS PASTAS QUE VOAM DE DIA...




Por aquela reação do dirigente maior daquela empresa aquele funcionário não esperava. Eficiente, diligente e tido como um dos funcionários mais fiéis daquela entidade, ao ser chamado para uma reunião da diretoria a fim de apresentar um relatório técnico muniu-se, conforme sua postura profissional exigia, de todo o material de que dispunha para uma boa apresentação técnica. Uma vez autorizado a entrar na sala entregou, de antemão, uma cópia do que deveria ser apresentado, ao presidente, que estava devidamente instalado em sua cadeira de cabeceira. Dali, este presidiria aquela reunião com sua peculiar arrogância, comum na maioria das pessoas que se acham investidas de poder e que ingenuamente acreditam que tudo dura para sempre.

Assim, depois de entregue a pasta com os documentos o funcionário empertigou-se e, quando já ia dar início ao seu “espetáculo” ouviu um estalar dedos. Era seu chefe, o todo poderoso presidente, que sem nem ao menos sequer esperar para ver o que seu subordinado tinha para apresentar desferiu-lhe uma série de impropérios. Em frente a todos os presentes questionou-o sobre alguns números detectados em um olhar rápido e sem ouvir os detalhes que poderiam dirimir qualquer dúvida, caso a apresentação fosse levada a cabo. Antes que o funcionário chegasse até ele para justificar-se e solicitar-lhe paciência viu deslizar pelo chão a pasta com os documentos que lhe consumira dias e dias de cansativo trabalho, e que agora jazia  ali, insolentemente jogada aos seus pés.

O funcionário nada reclamou; nada lamentou. Sem atitudes de insubordinação, mas, com firmeza, abaixou-se; pegou a pasta com todos os papéis que haviam se espalhado no raio que compreendia seus pés e os de seu superior; juntou na mesma ordem em que antes estavam; pediu licença educadamente a todos; despediu-se e saiu...

Mas, não se enganem, quem vira suas páginas protagonizando estes e outros tipos de comportamentos semelhantes sempre tem algo que lhes espera na curva do caminho. Não demorou muito e um complô derrubou aquele presidente que foi substituído por um de seus maiores desafetos, em uma votação apertada cujos votantes foram os mesmos membros presentes naquela desastrada reunião. E essa irônica vida que apronta coisas que alguns teimam em chamar de “destino”, aprontou com aquele presidente também. Pouquíssimo tempo depois ele foi derrubado daquele posto para o qual, até que indiretamente tentou, mas, não conseguiu voltar nunca mais.  


O Salmo 91:5 afirma que aqueles que confiam em Deus não temerão setas que voam de dia, e eu acrescento que também não temerão pastas que fazem o mesmo percurso... Pois, aquele funcionário era cristão.

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