sexta-feira, 20 de maio de 2016

NO RESTAURANTE DA VIDA

O cliente chegou naquele restaurante simples e sem nenhum jeito de que teria algo de especial para servir. Mesmo assim arriscou:
− O senhor poderia me trazer o cardápio, por favor?
− Hoje só temos o prato do dia. – Recebeu como resposta do responsável pelo estabelecimento. Arriscou uma segunda pergunta:
− Do que consta “esse prato do dia”?
− Temos uma surpresa (sic) para nossos clientes. – Foi a segunda resposta.

Aquele cliente não estava preparado para surpresas do ramo gastronômico e achou mais prudente levantar-se da mesa e procurar outro local menos “surpreendente”.

Até hoje fico meditando nesse episódio. O que sempre me remete seguidamente para o pensamento de que também vivemos como se todos os dias tivéssemos que comparecer a um restaurante onde nos será apresentado um cardápio, no qual, não sabemos absolutamente do que consta. No restaurante da vida o prato do dia vem com alguns elementos de sabores que realmente podem nos trazer uma variedade de surpresas...  Todavia reconheçamos que muitos dos itens que ali serão servidos, em algum momento, foi proporcionado em razão de nossas escolhas.

Em um percurso de visitação minha acompanhante não resistiu quando chegou à casa de um grande amigo e foi direto visitar... as panelas. Saiu de lá em brava disputa com uma coxa de frango. Entrou no carro deliciando-se com a iguaria. Eu não disse nada. Mais adiante, na próxima visita, pediu a um morador da casa um medidor de pressão arterial emprestado. Com uma pressão de 16X12 ela obrigou a pessoa encarregada da aferição a repetir duas vezes o procedimento por discordar da eficácia do aparelho. De lá seguimos para mais duas visitações. Na última, ela, por também gozar de estreitos laços de amizade com a dona da casa, foi direto para a cozinha de onde saiu com um prato de arroz e carne retirada de um feijão preparado para pessoas de coração saudável. No retorno para o lar outro aparelho de aferição de pressão foi acionado pois ela já tomara um comprimido para interferir no resultado.


E aí vem a reflexão: No restaurante da vida o prato do dia pode ser semelhante ao prato daquele “restaurante” lá de cima. Cheio de surpresas, ou, surpresa nenhuma. Quem sabe?  Mas, comparando com as façanhas daquela senhora, bem que poderíamos ser mais prudentes em nossas atitudes para estarmos alertas e em constante oração para que sigamos virando nossas páginas diminuindo a oportunidade de encararmos surpresas indesejáveis.

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