ELE
VAI CONSEGUIR VIRAR ESSA PÁGINA
Eu
gosto muito do mar, mas, ele lá, e eu cá. Já escapei de morrer afogada três
vezes e não gosto nem de me lembrar dessas terríveis experiências que passei.
Ainda mais que nas três vezes eu era jovem e foi mais fácil achar quem quisesse
me salvar...
Bem,
deixando a brincadeira de lado, respeito muito quem tem amor por essa obra
prima da criação. Principalmente quando se trata de pessoas que viveu toda sua
vida em torno dele e de lá tirou o seu sustento e de sua família, como foi o
caso de meu padrasto. Por isso, no recesso de carnaval em que fui visitá-lo em
sua recuperação da isquemia que o acometera levei-o a passear pelas redondezas
de Pirajuía. Na ocasião fiz-lhe mais outra surpresa conduzindo-lhe até à praia para que ele
matasse a saudade do mar. Pensei como eu gostaria de, se algum dia chegasse
àquela idade, tivesse também alguém que respeitasse meus gostos e se propusesse
a levar-me para satisfazê-los. Seria o caso de fazer aos outro o que
gostaríamos que fizessem conosco, como Jesus ensinou. Tive o maior prazer em
ver-lhe a fisionomia satisfeita em reconhecer seu barco ancorado ao longe.
Convidei-o para descer do carro e sentir nos pés a areia molhada tão sua
conhecida. Ele não quis. Não sei o motivo. Só sei que ele não tirou os olhos do
mar um segundo sequer. A maré estava
baixa e ele previu com precisão a hora certinha em que ela estaria ao pé. Coisas
de velho pescador.
Bem,
pelos motivos que já descrevi acima, o mar não é o meu maior prazer. O que não quer
dizer que eu não o admire e não desfrute de passeios aquáticos. Em águas rasas,
que fique bem claro. Sinto mais falta das pedras. Amo rochedos. Amo as rochas.
Sou fascinada por elas. Respeito-lhe a solidez e a grandeza à qual Jesus
comparou a confirmação da sua Igreja (Mt. 16:18). Mas, como respeito é bom e
todo mundo gosta, senti muito prazer em compartilhar com meu padrasto dos seus sentimentos
em relação ao mar. Algo que de forma independente já fez parte diária de sua
vida e que agora só estaria perto de seus olhos pela boa vontade de alguém que
respeitasse sua paixão e se propusesse a levá-lo
até ele. Sinta-lhe a emoção nestas fotos daquele raro momento. Ele vai conseguir virar essa página!


Foto: Isabel Souza (Pirajuía 7/02/16) Foto: Isabel Souza
Que beleza Bel.
ResponderExcluirTambém quero que um dia (ainda distante), quando precisar, merecer que alguém com amor me conduza por lugares que gostava de estar.
Abç