sábado, 20 de agosto de 2016

AGORA, SIM!


 1878. Nesse ano, chega para assumir seu primeiro mandato na Câmara de Deputados, no parlamento de Pernambuco, o jovem Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araujo. Joaquim Nabuco, como ficou mais conhecido, já tentara várias vezes entrar para a política. Advogado, rico, passara a infância na fazenda de sua madrinha quando seu pai, ao ser eleito Deputado Geral, teve que sair de Recife para ir morar no Rio de Janeiro. Não quis levar o filho em uma viagem demorada e deixou-o com uma madrinha, senhora de engenho em Massangana. Lá ele presenciou todo o tipo de tortura e sofrimento que era infringido aos escravos dos quais, veio a ser defensor mais tarde. Mas antes de ter esse encontro com o que viria a ser conhecido na posteridade, Nabuco, com seu nome importante; seu físico atraente e sua retórica brilhante, bem que tentou outras carreiras.

Ainda na Escola de Direito de São Paulo foi orador, jornalista e líder estudantil. Depois de formado, como não pode logo de início se dedicar à política pela crise daquele momento no qual os liberais não encontravam brecha para se impor,  ante os conservadores, foi para a Europa, como turista. Torrar dinheiro, sejamos sinceros. Escreveu livros de poemas em francês, os quais foram distribuídos entre os amigos por não encontrar adeptos entusiasmados por seus trabalhos. Mas agora como deputado abolicionista, escrevia sem medo e se descobriu como o grande orador que a tribuna dos abolicionistas tanto almejava. E então sua luta jamais cessou.    Em 1881 não se reelegeu, mas, conseguiu atrair vários setores da opinião pública tocados pela causa da abolição. Em 1886-1889, embora o voto ainda estivesse “em grande parte nas mãos das elites”, o povo, formado pelas populações urbanas de Recife, enfrentou a oligarquia e o elegeu. E nessa luta ele continuou até o 13 de maio de 1888.                                                        

Cada um tem sua missão. Por vezes nos demoramos em desabrochar  em torno da causa para a qual nascemos, seja por temor ou achar-se despreparado, Deus é quem sabe...   
      
Mas uma vez que, marcamos um encontro com nós mesmos e, não deixamos de nos fazer presentes a esse encontro, Deus poderá operar maravilhas por meio desta criatura que somos cada um de nós. Basta acreditar, e nos prepararmos para deixarmos de seguir a história dos outros para vivermos nossa própria história. Na hora dEle, o que tiver que acontecer, acontecerá, se nós o permitirmos. E então poderemos finalmente virar nossas páginas dizendo: Agora, sim!            

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