domingo, 26 de junho de 2016

“A ILHA DA FANTASIA”


De 1978 a 1984, foi produzida uma série norteamericana protagonizada pelos atores Ricardo Montalbán (Sr. Roarke, anfitrião da ilha) e Hervé Villechaize (Tatoo, o personagem anão). Em 157 episódios várias situações dramáticas eram resolvidas pelos personagens que passavam pela ilha, onde, com o auxílio do Sr. Roarke, tinham todos os desejos realizados.

Como parte repetitiva de um discurso da atualidade, chegamos a um patamar ilusório onde todos devem viver eternamente felizes. Já que não se consegue viver eternamente jovem, como muitos almejam. E como na maioria dos discursos, as falas e as expressões vem num crescendo até que se incorporam em comportamentos que encantam e fascinam aqueles que não conseguem ver a verdade que está escondida por detrás das palavras. Usam-se frases prontas e de efeito, muitas vezes vazias de conteúdo  que, em sequencia, nascem do nada e se perdem no vazio escondido por trás da nulidade que é a vida de muitos que até ensinam (!) os outros a serem felizes...

Outro dia assisti estarrecida um autor de Best Sellers afirmando que escreve um livro em quinze dias. Trabalhando mais a fantasia que o real (se é que existe alguma coisa de real em suas histórias) e sem nenhum conhecimento científico da pisque humana, ele vai disseminando suas ideias pessoais. Isso, para o embevecimento de sua multidão de seguidores que nem ao menos se perguntam de onde ele tirou material tão carente de lógica interpretativa, mas que, de posse de frases prontas e de efeitos em série delirante, penetra na consciência e na inconsciência das pessoas pelo mundo a fora.

E onde estão essas pessoas? Não posso enumerar nem identificar pessoalmente uma a uma, mas, de uma coisa eu tenho observado: não creem na  Bíblia mas no entanto seguem teorias que de nada se tem proveito e seguem um mundo de seres que vagueiam pela terra sem energia própria e, que , pensando fazer parte de um pelotão da verdade, se encontram irremediavelmente sós... com suas “verdades”. E ainda acham que nós é que somos os iludidos... Quando suas teorias são quebradas junto com o que identificam como “paradigma” saem aflitos mundo afora em busca de outra “verdade” que possam acreditar. Até quando?

Daí esse consumismo desenfreado para tornar seu “ninho” em um local onde se acumulam os bens que tão sofridamente se conseguiu, para se ter a falsa ideia de pertencimento a uma classe à qual, nos tempos do Brasil colonial, se chamava de homens bons. E assim, na luta constante para um suposto aumento do bem-estar, perdem a autonomia sobre suas próprias vidas e vão tocando em frente, com a falsa ideia de que estão se desprendendo da “massa” para tornarem-se um tipo especial de pessoa. Quem sabe um extraterrestre?

Esse comportamento, na verdade, faz parte do grande anseio do homem de ser independente e de ser melhor que os demais. Seus aparelhos eletrônicos tem que ser o melhor; sua casa tem que ser a mais bonita da localidade; seus utensílios domésticos tem que ser o mais moderno.  Uma filosofia de individualismo crescente vem assoberbando a humanidade que se tranca em suas moradas julgando não precisar de outras pessoas para viver. Um isolamento que os comercias enfatiza e encoraja para que você conquiste um mundo só seu!

Acordemos! Tenho visto e presenciado pessoas que, mesmo dizendo-se seguidoras de Cristo, não lhe imita o comportamento simples e despreconceituoso. Seguem  deixando que os sentimentos de pertencimento da espécie lhes sejam bloqueados quando eles passam então, a viver em uma verdadeira “ilha da fantasia”.


Todo esse mecanismo é arma do nosso arqui-inimigo para que, ao nos dividirmos em grupos elitizados, percamos de vista os que fazem parte da maioria da sociedade, ou seja, daqueles que com seus tributos garantem boa parte daquilo que se foi conquistado. Mas vamos virar nossas páginas!

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