“A ILHA DA
FANTASIA”
De 1978 a
1984, foi produzida uma série norteamericana protagonizada pelos atores Ricardo
Montalbán (Sr. Roarke, anfitrião da ilha) e Hervé Villechaize (Tatoo, o
personagem anão). Em 157 episódios várias situações dramáticas eram resolvidas
pelos personagens que passavam pela ilha, onde, com o auxílio do Sr. Roarke,
tinham todos os desejos realizados.
Como parte
repetitiva de um discurso da atualidade, chegamos a um patamar ilusório onde
todos devem viver eternamente felizes. Já que não se consegue viver eternamente
jovem, como muitos almejam. E como na maioria dos discursos, as falas e as
expressões vem num crescendo até que se incorporam em comportamentos que
encantam e fascinam aqueles que não conseguem ver a verdade que está escondida
por detrás das palavras. Usam-se frases prontas e de efeito, muitas vezes
vazias de conteúdo que, em sequencia,
nascem do nada e se perdem no vazio escondido por trás da nulidade que é a vida
de muitos que até ensinam (!) os outros a serem felizes...
Outro dia assisti
estarrecida um autor de Best Sellers afirmando
que escreve um livro em quinze dias. Trabalhando mais a fantasia que o real (se
é que existe alguma coisa de real em suas histórias) e sem nenhum conhecimento científico
da pisque humana, ele vai disseminando suas ideias pessoais. Isso, para o
embevecimento de sua multidão de seguidores que nem ao menos se perguntam de
onde ele tirou material tão carente de lógica interpretativa, mas que, de posse
de frases prontas e de efeitos em série delirante, penetra na consciência e na
inconsciência das pessoas pelo mundo a fora.
E onde estão
essas pessoas? Não posso enumerar nem identificar pessoalmente uma a uma, mas,
de uma coisa eu tenho observado: não creem na Bíblia mas no entanto seguem teorias que de
nada se tem proveito e seguem um mundo de seres que vagueiam pela terra sem
energia própria e, que , pensando fazer parte de um pelotão da verdade, se
encontram irremediavelmente sós... com suas “verdades”. E ainda acham que nós é
que somos os iludidos... Quando suas teorias são quebradas junto com o que
identificam como “paradigma” saem aflitos mundo afora em busca de outra
“verdade” que possam acreditar. Até quando?
Daí esse
consumismo desenfreado para tornar seu “ninho” em um local onde se acumulam os
bens que tão sofridamente se conseguiu, para se ter a falsa ideia de
pertencimento a uma classe à qual, nos tempos do Brasil colonial, se chamava de
homens bons. E assim, na luta
constante para um suposto aumento do bem-estar, perdem a autonomia sobre suas
próprias vidas e vão tocando em frente, com a falsa ideia de que estão se
desprendendo da “massa” para tornarem-se um tipo especial de pessoa. Quem sabe
um extraterrestre?
Esse
comportamento, na verdade, faz parte do grande anseio do homem de ser
independente e de ser melhor que os demais. Seus aparelhos eletrônicos tem que
ser o melhor; sua casa tem que ser a mais bonita da localidade; seus utensílios
domésticos tem que ser o mais moderno. Uma
filosofia de individualismo crescente vem assoberbando a humanidade que se
tranca em suas moradas julgando não precisar de outras pessoas para viver. Um
isolamento que os comercias enfatiza e encoraja para que você conquiste um
mundo só seu!
Acordemos! Tenho
visto e presenciado pessoas que, mesmo dizendo-se seguidoras de Cristo, não lhe
imita o comportamento simples e despreconceituoso. Seguem deixando que os sentimentos de pertencimento
da espécie lhes sejam bloqueados quando eles passam então, a viver em uma
verdadeira “ilha da fantasia”.
Todo esse
mecanismo é arma do nosso arqui-inimigo para que, ao nos dividirmos em grupos
elitizados, percamos de vista os que fazem parte da maioria da sociedade, ou
seja, daqueles que com seus tributos garantem boa parte daquilo que se foi
conquistado. Mas vamos virar nossas páginas!
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