CHÁ DE CADEIRA
A impontualidade
brasileira é reconhecida mundialmente. Esse hábito, segundo alguns
historiadores, começou nos tempos do império, pois, os nobres consideravam-se
superiores aos demais mortais e acreditavam que esperar era para os súditos. Assim,
se alguém do povo solicitava audiência, eles, os nobres, faziam questão de
atrasar-se o tempo suficiente para evidenciar sua importância. Enquanto não
eram recebidos os súditos esperavam sentados em cadeiras e lhes era oferecido
chá.
Não parece que alguns
momentos ou em algumas circunstâncias de nossas vidas temos a impressão de que
estamos tomando um “chá de cadeira”? Que
tudo parou ao nosso redor e que nada acontece? Bem, sabemos que temos um Deus
cuidadoso e que jamais no faria esperar só pelo prazer de presenciar nossa
aflição. È que Ele, e só Ele, na sua infinita sabedoria, sabe o melhor tempo
para nos conduzir à vitória que almejamos. Porém, de cá, só sabemos reclamar!
Quando Naamã (2
Reis 5:10) foi aconselhado a lavar-se sete vezes no rio Jordão não poderia o Senhor curá-lo logo no primeiro
mergulho, ou melhor, sem mergulho nenhum, conforme vários milagres demonstrados
no Livro Sagrado? Mas o que foi ensinado ali, dentre outras lições, foi o exercício
da paciência, verdadeira moldura da fé. Agora vamos para a reação de Naamã:
contestou e chegou mesmo a desdenhar daquelas águas enaltecendo os rios de sua
terra. Mas, tivesse Naamã desistido logo no primeiro mergulho, já que ficou
indignado com a ordem recebida de Eliseu e só obedeceu a pedido de seus servos,
e tudo estaria irremediavelmente perdido. Até mesmo se no sexto mergulho ele
tivesse desistido sua lepra teria se perpetuado em sua vida. O milagre que o
esperava dependia única e exclusivamente de sua paciência em esperar o tempo de
Deus.
“Muitos meses se
passaram depois da chegada de Paulo à Roma, antes que os judeus de Jerusalém
aparecessem pessoalmente para apresentar suas acusações contra o prisioneiro.
[...] A demora lhes favorecia o objetivo, visto que lhes proporcionava tempo
para aperfeiçoar e executar seus planos; e assim esperaram algum tempo antes de
levarem pessoalmente suas acusações contra o apóstolo. Na providência de Deus,
essa demora resultou no avanço do evangelho. Pelo favorecimento daqueles que
tinham Paulo por sua guarda, foi-lhe permitido morar em uma casa cômoda, onde
podia encontrar-se livremente com seus amigos e também apresentar diariamente a
verdade aos que o iam ouvir. Assim durante dois anos continuou suas atividades,
virando suas páginas de evangelista sem impedimento algum” (White, Ellen G.Atos
dos Apóstolos, p.254).
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