segunda-feira, 12 de outubro de 2015

CHÁ DE CADEIRA

A impontualidade brasileira é reconhecida mundialmente. Esse hábito, segundo alguns historiadores, começou nos tempos do império, pois, os nobres consideravam-se superiores aos demais mortais e acreditavam que esperar era para os súditos. Assim, se alguém do povo solicitava audiência, eles, os nobres, faziam questão de atrasar-se o tempo suficiente para evidenciar sua importância. Enquanto não eram recebidos os súditos esperavam sentados em cadeiras e lhes era oferecido chá.

Não parece que alguns momentos ou em algumas circunstâncias de nossas vidas temos a impressão de que estamos tomando um “chá de cadeira”?  Que tudo parou ao nosso redor e que nada acontece? Bem, sabemos que temos um Deus cuidadoso e que jamais no faria esperar só pelo prazer de presenciar nossa aflição. È que Ele, e só Ele, na sua infinita sabedoria, sabe o melhor tempo para nos conduzir à vitória que almejamos. Porém, de cá, só sabemos reclamar!
Quando Naamã (2 Reis 5:10) foi aconselhado a lavar-se sete vezes no rio Jordão  não poderia o Senhor curá-lo logo no primeiro mergulho, ou melhor, sem mergulho nenhum, conforme vários milagres demonstrados no Livro Sagrado? Mas o que foi ensinado ali, dentre outras lições, foi o exercício da paciência, verdadeira moldura da fé. Agora vamos para a reação de Naamã: contestou e chegou mesmo a desdenhar daquelas águas enaltecendo os rios de sua terra. Mas, tivesse Naamã desistido logo no primeiro mergulho, já que ficou indignado com a ordem recebida de Eliseu e só obedeceu a pedido de seus servos, e tudo estaria irremediavelmente perdido. Até mesmo se no sexto mergulho ele tivesse desistido sua lepra teria se perpetuado em sua vida. O milagre que o esperava dependia única e exclusivamente de sua paciência em esperar o tempo de Deus.

“Muitos meses se passaram depois da chegada de Paulo à Roma, antes que os judeus de Jerusalém aparecessem pessoalmente para apresentar suas acusações contra o prisioneiro. [...] A demora lhes favorecia o objetivo, visto que lhes proporcionava tempo para aperfeiçoar e executar seus planos; e assim esperaram algum tempo antes de levarem pessoalmente suas acusações contra o apóstolo. Na providência de Deus, essa demora resultou no avanço do evangelho. Pelo favorecimento daqueles que tinham Paulo por sua guarda, foi-lhe permitido morar em uma casa cômoda, onde podia encontrar-se livremente com seus amigos e também apresentar diariamente a verdade aos que o iam ouvir. Assim durante dois anos continuou suas atividades, virando suas páginas de evangelista sem impedimento algum” (White, Ellen G.Atos dos Apóstolos, p.254).

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