sexta-feira, 17 de julho de 2015

DE VOLTA PARA O FUTURO

No primeiro texto postado eu comecei relatando que estava indo para uma entrevista de mestrado. Já no de ontem eu falava que minha especialização foi um caso à parte. Vou explicar o motivo. No ano que ganhei minha primeira neta e, depois de vinte e oito anos sem estudar, quando me vi a primeira vez com a tarefa  de redigir um texto científico, senti um baque no meu coração. Imagine que na grade curricular do ano em que eu conclui a graduação, 1982, não havia nem trabalho de conclusão de curso, o famoso TCC. Também ainda não havíamos mergulhado no mundo cibernético e então, em 2007, tudo era praticamente novo para mim. Comecei timidamente e minha colega Jô estava ao meu lado me dando força. Mas como ela já tinha uma pós-graduação em educação preferiu deixar o curso para focar no mestrado. Mas o Senhor já tinha tomado providências e lá conheci Geo que viria a ser minha colega em Simões Filho também. Pouco tempo depois ela tomou posse e tudo ficou mais fácil para mim. Aos poucos fui quebrando o gelo dos professores que a princípio senti muito frios no trato comigo. Como respeito é a base de todo relacionamento, tratei de pautar nossos contatos seguindo por essa linha. E eu não podia ter feito uma escolha melhor. Confesso que o que muito me ajudou também foi o fato de eu nunca ter abandonado o hábito da leitura. Minha cultura amplamente diversificada me ajudou em momentos em que se precisava de algo mais que conhecimento científico na sala. Também, as noites passadas lendo, como forma de castigo, ao lado de meu primo durante boa parte de minha adolescência mostrava-se mais uma vez producente em minha vida intelectual.

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No mais, Anthony Giddens, em seu livro Sociologia, já identificou que  “avaliações lógicas de argumentos exige tratamento diferente quando se trata com os humanos porque estes são seres  autoconscientes  que conferem significado e propósito ao que fazem”. E significado e propósito foram o que não faltaram nesta minha nova fase. Entrei neste curso que tinha o nome pomposo de Engenharia Empresarial: Gestão da Informação e do Conhecimento com garra e determinação. Depois de um dia inteiro trabalhando em outro município ia do trabalho direto para o Instituto de Ciência da Informação da UFBA. Eram quatro horas de aula em dois dias da semana. Ao terminar, em 2010, após mais de dois anos do início do curso, fui a primeira a entregar a monografia. Daí começou minha fase de tentativas de ingressar no mestrado. Comecei fazendo disciplinas especiais. Na primeira tentativa na UFBA não fui aceita. Então, a princípio, fiz uma disciplina na UNEB onde tive meu primeiro sim. Era uma verdadeira gangorra onde o sim e o não se sentaram cada um de um lado revezando-se para testar minha paciência. Na UFBA, nada. Até que um dia fiz um teste de fé comigo mesma. Quando foi disponibilizado no programa de pós-graduação disciplinas especiais, escolhi uma disciplina com uma professora que eu sentia não morrer de amores por mim. Do contrário eu iria me sentir como se estivesse subestimando o poder de Deus. E assim agindo   fui aceita para cursar minha primeira disciplina especial de mestrado na UFBA. Lembrei-me de Abraão quando não quis receber presente de reis para que ninguém tomasse para si a glória de tê-lo enriquecido e, sim, tivessem a plena certeza de que tudo o que ele tinha vinha da benevolência e misericórdia Divina. Vai ter que ser assim, não adianta só conhecimento científico ou intelectual: Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, é vivendo e aprendendo a confiar e esperar em Seu poder para virar a página.  

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