DE
VOLTA PARA O FUTURO
No primeiro texto postado
eu comecei relatando que estava indo para uma entrevista de mestrado. Já no de
ontem eu falava que minha especialização foi um caso à parte. Vou explicar o
motivo. No ano que ganhei minha primeira neta e, depois de vinte e oito anos
sem estudar, quando me vi a primeira vez com a tarefa de redigir um texto científico, senti um baque
no meu coração. Imagine que na grade curricular do ano em que eu conclui a
graduação, 1982, não havia nem trabalho de conclusão de curso, o famoso TCC.
Também ainda não havíamos mergulhado no mundo cibernético e então, em 2007,
tudo era praticamente novo para mim. Comecei timidamente e minha colega Jô
estava ao meu lado me dando força. Mas como ela já tinha uma pós-graduação em
educação preferiu deixar o curso para focar no mestrado. Mas o Senhor já tinha
tomado providências e lá conheci Geo que viria a ser minha colega em Simões
Filho também. Pouco tempo depois ela tomou posse e tudo ficou mais fácil para
mim. Aos poucos fui quebrando o gelo dos professores que a princípio senti
muito frios no trato comigo. Como respeito é a base de todo relacionamento,
tratei de pautar nossos contatos seguindo por essa linha. E eu não podia ter
feito uma escolha melhor. Confesso que o que muito me ajudou também foi o fato
de eu nunca ter abandonado o hábito da leitura. Minha cultura amplamente
diversificada me ajudou em momentos em que se precisava de algo mais que
conhecimento científico na sala. Também, as noites passadas lendo, como forma
de castigo, ao lado de meu primo durante boa parte de minha adolescência
mostrava-se mais uma vez producente em minha vida intelectual.
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No mais, Anthony
Giddens, em seu livro Sociologia, já identificou
que “avaliações lógicas de argumentos
exige tratamento diferente quando se trata com os humanos porque estes são
seres autoconscientes que conferem significado e propósito ao que
fazem”. E significado e propósito foram o que não faltaram nesta minha nova
fase. Entrei neste curso que tinha o nome pomposo de Engenharia Empresarial: Gestão da Informação e do Conhecimento com
garra e determinação. Depois de um dia inteiro trabalhando em outro município
ia do trabalho direto para o Instituto de Ciência da Informação da UFBA. Eram
quatro horas de aula em dois dias da semana. Ao terminar, em 2010, após mais de
dois anos do início do curso, fui a primeira a entregar a monografia. Daí
começou minha fase de tentativas de ingressar no mestrado. Comecei fazendo
disciplinas especiais. Na primeira tentativa na UFBA não fui aceita. Então, a
princípio, fiz uma disciplina na UNEB onde tive meu primeiro sim. Era uma
verdadeira gangorra onde o sim e o não se sentaram cada um de um lado revezando-se
para testar minha paciência. Na UFBA, nada. Até que um dia fiz um teste de fé
comigo mesma. Quando foi disponibilizado no programa de pós-graduação
disciplinas especiais, escolhi uma disciplina com uma professora que eu sentia
não morrer de amores por mim. Do contrário eu iria me sentir como se estivesse
subestimando o poder de Deus. E assim agindo
fui aceita para cursar minha primeira disciplina especial de mestrado na
UFBA. Lembrei-me de Abraão quando não quis receber presente de reis para que
ninguém tomasse para si a glória de tê-lo enriquecido e, sim, tivessem a plena
certeza de que tudo o que ele tinha vinha da benevolência e misericórdia
Divina. Vai ter que ser assim, não adianta só conhecimento científico ou
intelectual: Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, é vivendo e aprendendo a
confiar e esperar em Seu poder para virar a página.
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