ÉRAMOS CINCO
Quando Juninho adormeceu já fazia
oito meses que eu estudava a Bíblia com uma amiga de minha mãe, professora Leda.
Foi daí que tirei forças para prosseguir. A vida seguiu seu curso e eu consegui
retomar a minha de onde alguns pensaram que ela havia parado.
Após um período de depressão reativa, normal depois
de grandes perdas, minha vida, aos poucos, voltou a fluir intensamente como
sempre foi a característica do meu viver. Assim tive mais dois filhos. Thiago
nasceu em dois de agosto de 1983. Nove meses e três dias depois da morte de
Juninho. Leandro a três de fevereiro de 1985. Não foi para substituir o que eu
havia perdido. Essa atitude de ter um filho para substituir outro que se foi
não existe porque ninguém ocupa o lugar de ninguém na vida de alguém. Cada um
ocupa o seu próprio lugar no coração de quem o ama. Meu sonho era ter uma
família estruturada. No mais eu sei que verei meu filho novamente quando Cristo
vier em sua glória para nos resgatar. Nisto creio.
Para
encerrar esta fase difícil e dolorida gosto de me lembrar de uma frase que me
foi dita no ato daquela perda. “Amiga, não se desespere pois existe coisa pior
do que a morte”. Confesso que na hora eu não entendi e fiquei muito magoada com
aquela tentativa de consolo. No entanto, os anos seguintes iriam me revelar que
esta era a mais pura verdade!
Naqueles dias, e por algum tempo, em nossa casa, seríamos
cinco. E com minha nova formação familiar eu prossegui virando a página.
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