EU, HIPPIE?
Neste
trecho eu gostaria de lembrar algo me marcou entre os anos 60 e 70. Andando
pelas ruas, eu não entendia o que queria dizer aqueles bandos de jovens
desgrenhados e esfarrapados (pelo menos aqui em Salvador), em um momento,
sentados nas praças; já em outro perambulando pelo centro da cidade; ou
formando comunidades que levavam o pomposo nome de “sociedade alternativa” por
onde formavam um estilo de vida comunitário que alguns traduziam como uma
espécie de socialismo libertário. Eram os “hippies”. Movimento de apologia ao
amor e ao desprezo pela guerra e outras identificações ideológicas e
filosóficas. Seus motes: “Make love not war” (Faça amor não guerra), “Paz e
Amor” e etc., assenhorou-se de cérebros em todo o mundo. Uma ideologia que teve
sua origem entre os jovens norte-americanos contrários à participação dos
Estados Unidos na guerra do Vietnam e outras guerras. Por fim, encontrou eco
entres pessoas que nem sabiam contra o que estavam se rebelando. Lá, certos ou
não, eles tinham os seus motivos. Estavam envolvidos em guerras insanas que
ceifavam vidas e esperanças de centenas e mais centenas de jovens. Famílias
enlutavam-se perdendo seus frutos mais queridos. E os outros jovens ao redor do
mundo, o que tinham a ver com tudo aquilo? Vejamos o que diz a página 194 de
“Mensagem aos Jovens”, da escritora Ellen G. White: “O homem pode moldar as
circunstâncias, mas não deve permitir que as circunstâncias o molde a elas.”
Acompanhando
o desenrolar da vida de muitos contemporâneos meus que se deixaram envolver por
aquela fantasia o que mais me deixava intrigada era vê-los criticar severamente
a sociedade capitalista, para depois, formar grupos de artesãos que tentavam
sobreviver vendendo o resultado de suas produções manufatureiras dependendo, assim,
do fruto do trabalho desse mesmo capitalismo que eles viviam vociferando
contra. O final dessa história:
Quando o “sonho acabou” os que pertenciam a famílias abastadas voltaram para
seus “berços de ouro” ricamente acolhedores. Quanto aos que provinham das
classes menos favorecida, muitos, até hoje, amargam penosamente as perdas. E
que perda preciosa. O tempo. Os ricos voltaram aos estudos e recuperam o tempo
perdido vindo a suceder seus pais do alto de suas cadeiras empresariais, ou, em
outras atividades lucrativas diversificadas. Quanto aos pobres, os que não se
enquadravam no rol dos filhos pródigos de pais abastados, muitos deles sofrem,
até hoje, as consequências daquela caminhada.
Perdi muitos colegas de escola e amigos de ruas vizinhas que seguiram por este
caminho e hoje não gosto do que vejo do resultado de suas vidas.
Apesar de alguns naquela época terem alertado
minha tia de que eu a qualquer momento corria o risco de aceitar um convite de
um deles, digo com toda certeza que em nenhum momento jamais passou isso pela
minha cabeça. Eu, hippie? Nem pensar! Mesmo porque, para mim, a imagem da
pobreza desamparada só parece, e aparece bonita, através das lentes de
fotógrafos renomados, cujas exposições atraem ricos admiradores.
Disto
também o Senhor me protegeu e dessa atitude eu passei longe, BEM DE LARGO. E
virei a página!
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