GRANDES MUDANÇAS
“E conhecereis a verdade e a verdade, e
a verdade vos libertará” João 8:32
A
conversão de minha mãe foi um grande marco na minha história. A partir daí
muita coisa mudou nas nossas vidas e em nosso relacionamento. Desde 1978 ela já
era membro ativo da Igreja Adventista do Sétimo Dia mais muitos, até então, não
tinham levado muito em consideração essa nova fase de sua vida. Só quando
passei a ter minha própria família e religião prática é que isso começou mudar
de significado para mim. Comecei a inquietar-me com o meu próprio eu. A esta
altura minha mãe começava a conquistar nosso respeito. Mesmo assim muito
caminho ainda teria que ser percorrido até ela deixar de ser vista como uma
mulher que tinha cinco filhos, cada um de pai diferente e com apenas um
reconhecido pelo pai biológico. Todavia sua reforma de vida deixando o
tabagismo, alcoolismo e a vida amorosa inconstante chamou a atenção de todos os
que a conheciam. A transformação era nítida. Eu a procurava sempre que podia. O
elo materno não se quebrou e isso foi muito importante para o meu futuro. No
momento certo ela me deu apoio e conselho para que eu não resvalasse para uma
vida igual a que ela tivera no passado.
No
entanto, quanto ao restante da família, ao me converter cinco anos mais tarde, passei
pela mesma experiência que ouvi de uma irmã que conheci em uma
igreja no Itaim Paulista em São Paulo, capital. Das histórias que ouvi a que
mais me tocou foi a de uma irmã que lamentou com pesar a rejeição que vinha
sofrendo por parte da família depois de sua conversão. Os familiares deixaram
de incluí-la em determinados eventos e isso a magoava muito. É comum isto
acontecer. São raros os conversos que não passam por essa dor de ver seus,
outrora amigos e parentes, volver-lhes as costas por diferenças religiosas. Eu
sei bem o que é isso. É um preço a pagar. Mas vale pagá-lo. No início, logo
quando nos convertemos, ainda não sentimos o baque porque muitos ainda duvidam
da durabilidade da conversão. Porém, à medida que o tempo passa e percebem que
não é um arroubo passageiro, essas situações tendem a se intensificar cada vez mais.
Pouco a pouco você deixa de ser incluído nessa ou naquela cerimônia e, quando
pensa que não, já está de fora de quase tudo.
Jesus sabe muito bem o que vai à alma dessa
gente sofrida que se vê a cada dia mais e mais esquecida da família por causa
de sua fé. Quando Ele diz que “eis que estou à porta e bato” (Apocalipse. 3:20)
clama por um coração que pulsa graças ao seu consentimento, mas que não O
reconhece como autor e mantenedor dessas pulsações e como o autor e mantenedor
desta vida. Para os que nos rejeitam por causa de Cristo somos tidos como
loucos e fracos. Todavia chegará a hora em que todos reconhecerão o poder que
tem o evangelho em transformar vidas não só como a de minha mãe, mas também como
a de qualquer um que queira fazer prova deste Poder para virar as páginas da
vida.
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